Professor, pastor, teólogo e educador corporativo Textos escritos para a coluna semanal no Correio Popular, da cidade de Campinas e texto escritos depois de 2021, que tratam de temas nacionais, internacionais, sobre igreja e teologia
Leia mais
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
DOEU
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
CORRUPÇÃO ABENÇOADA
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
ECOpenhage
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
MARIA AVELAR
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
UNI BAN
domingo, 8 de novembro de 2009
LUDAS
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
JUDAS OU JESUS?
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
GRATAS SURPRESAS
GRATAS SURPRESAS
terça-feira, 13 de outubro de 2009
NOBEL?
domingo, 11 de outubro de 2009
GRACIAS NEGRA
terça-feira, 29 de setembro de 2009
ISTO AINDA NÃO OUVI
Neste imbróglio em que termos como golpistas, governo interino, presidente de fato e de direito, presidente democrático e governo imposto tem sido usados à exaustão, há um dado que não vi ainda em nenhum comentário. Refiro-me ao marco constitucional hondurenho.
A Constituição Hondurenha tem, assim como outras, algumas cláusulas pétreas, que não podem ser mudadas salvo mediante procedimentos estabelecidos e que são, via de regra, bastante exigentes. No caso brasileiro, cláusulas pétreas são a.) a forma federativa de Estado; b.) o voto direto, secreto, universal e periódico; c.) a separação dos poderes; e d.) os direitos e garantias individuais.
Cláusula pétrea é, pois, o dispositivo que impõe a irremovibilidade de determinados preceitos que são disposições não passíveis de ser abolidas por emenda, nem modificadas, constituindo o irreformável da Constituição, impossibilitando a sua reforma, remoção ou abolição. Elas possuem supremacia, paralisando a legislação que vier a contrariá-los.
A Constituição Hondurenha prevê no seu Artigo 374: “Não poderão ser reformados, em nenhum caso, ... os artigos constitucionais que se referem à forma de governo, território nacional, período presidencial, proibição para ser novamente presidente da república...” e no seu Artigo 4: ... A alternabilidade no exercício da Presidência da República é obrigatória. A infração desta norma constitui delito de traição à Pátria.” No Artigo 239: “O cidadão que tenha desempenhado a titularidade do Poder Executivo não poderá ser Presidente ou Designado. Aquele que ofender esta disposição ou propuser sua reforma, bem como aqueles que a apóiem direta ou indiretamente, terão cessado de imediato o desempenho de seus respectivos cargos e ficarão inabilitados por dez anos para o exercício de toda função pública”.
Não sou especialista em Direito Constitucional, mas me parece que o texto é claro. Também me parece que, ao dizer que “terão cessado de imediato o desempenho de suas funções” dá caráter sumário ao processo de destituição do “traidor da pátria” no dizer constitucional.
Ora, pelo que se sabe, o Zelaya propôs a mudança deste quesito, e, diante do levante dos tribunais e outras instâncias, transformou em plebiscito e depois em pesquisa. Assim, a coisa não é tão simples como nos quer fazer crer o sindicalista-mór e seu assessor internacional, antigo exilado em embaixada.
Para mim, algo de estranho há nesta posição brasileira de veemente condenação ao Micheletti e apoio a Zelaya, ao ponto de permitir que o mesmo faça da embaixada brasileira seu escritório de levante político.
Marcos Inhauser
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
O EU E O TU
terça-feira, 15 de setembro de 2009
BÍSPOLO OU APOSTOLISPO?
Liguei para a tal Casa de Recuperação e fui atendido pelo evangelista Cicrano. Perguntei a ele como poderia obter informações, ao que me informou que eu deveria ligar mais tarde para falar com o Missionário Beltrano, que era o encarregado, e que havia saído para uma missão.
Liguei mais tarde, o Evangelista me atendeu, passou a ligação para o Missionário, quem me disse que a informação estava errada porque, na realidade, quem podia passar estas informações era o Pastor Mengano, pois só ele tinha autoridade para isto. O Missionário me deu outro telefone, liguei para lá, pedi para falar com o Pastor Mengano, ao que me informaram que o Pastor havia sido promovido a Reverendo no domingo anterior. Pedi para falar com o Reverendo. De boa fala, mas todo enrolado nos “s” e nas concordâncias, ele me explicou as condições gerais de ingresso, custo, método de trabalho, visitação, etc.
O que me chamou a atenção é que o interessado deveria preencher um formulário que seria examinado por uma Diretoria presidida pelo Bispo Gerais. Ironicamente perguntei se havia apóstolo também na hierarquia da instituição.
Pertencendo a uma tradição teológica que se primou por considerar todos os membros da igreja iguais, que se recusou a dar títulos uns aos outros, limitando-se a se chamar de irmãos e irmãs (daí porque o nome Irmandade), fico pasmo com esta hierarquização no seio das comunidades, que já não sei se posso chamá-las de cristãs.
Como parece que ainda não inventaram um título superior a “apóstolo” (uma usurpação de nome dado aos doze mais Matias e Paulo), não me surpreenderia se amanhã aparecesse alguém se denominando Bíspolo ou Apostolispo, junção de Bispo mais Apóstolo e sendo superior hierarquicamente a tudo o que existe.
Ou, talvez, alguém que se encoraje a ter o título que um amigo a quem chamei de Bíspolo, me devolveu dizendo que ele me nomeava “Vicepresidente da Trindade”. E não estamos para menos, tal a quantidade de Bispos e Apóstolos autoproclamados e autoordenados dando ordens a Deus, como se Ele empregado deles fosse. Um deles, que tem vídeo no Youtube, começa sua oração dizendo; “Pai, pelos créditos que tenho diante de Ti, eu ordeno que, num raio de cinco quilômetros ao meu redor, todos os demônios sejam derrotados.”
Haja presunção. Para estes, o título de Vicepresidente da Trindade talvez seja pouco. Que tal o de coDeus?
Marcos Inhauser
terça-feira, 8 de setembro de 2009
ABDEUAMASSO
terça-feira, 1 de setembro de 2009
FIQUE ESPERTO
Outra prática, mais relacionadas à empresas de listas telefônicas, era a de enviar boletos pela publicação de um suposto anúncio que não se contratou. Alguns traziam um aviso de que o pagamento era opcional, mas a maioria não e alguns até traziam a informação de que o título iria a protesto se não pago no prazo estipulado. Já recebi também boletos de hospedagem do meu site pelas mais diversas empresas, todos eles fajutos.
Mais recentemente venho sendo vítima de um novo golpe, pois não vejo outra palavra para definir o que vem acontecendo. Primeiro foi descobrir na minha fátua do celular da Vivo a contratação de serviços adicionais que eu não havia feito. Liguei pedi explicações pela cobrança nos últimos três meses e eles me disseram que eu havia autorizado o tal serviço de vantagem em chamadas roaming no dia tal. Afirmei que nunca havia sido contatado e muito menos feito tal opção. O que consegui foi o cancelamento do serviço a partir da data da minha reclamação, mas não a reversão dos pagamentos feitos. Comecei a ficar esperto com a Vivo. Mais de uma vez recebi SMS me parabenizando por ter aderido a este ou aquele adicional de serviço, coisa que não fiz, e que cada vez me tomou mais de vinte minutos em ligação tentando reverter o serviço.
Neste mês me enfiaram quase vinte reais em serviços adicionais que não contratei não autorizei e que me tomaram trinta e cinco minutos para reverter. E o pior é que a reversão foi parcial, pois, segundo a atendente, haveria ainda uma cobrança proporcional que eu deveria contestar quando chegasse a fatura. Lá se vai mais meia hora.
O mesmo está acontecendo com as famigeradas taxas dos bancos famintos por dinheiro fácil. A cada extrato aparece algo sendo cobrado. Neste dias descobri que meu banco que me “deu” um cartão de crédito sem anuidade, me cobrou para a renovação, e que o gerente do banco não pode estornar a cobrança, pois devo ligar para a central de atendimento ao cliente e tentar conseguir a devolução da taxa. Se eu cancelar, assim mesmo corro o risco de ter que pagar.
E o pior. Descobri que além dos juros exorbitantes que cobram no cheque espacial, ainda pago uma taxa de renovação do cadastro e a cada dois meses uma taxa de R$ 145,00 pelo uso do limite. Um roubo. Eu digo: um assalto a “banco armado”.
È muita esperteza. E para contrarrestar, temos que ficar espertos com estes assaltantes legalizados e jurisprudenciados.
Marcos Inhauser
terça-feira, 25 de agosto de 2009
SENADORANTE
Nunca colocaria em um filho este nome: Aloísio. Não gosto. E agora não gosto também de um que tem este nome: o Mercadante. Aliás, este sobrenome me faz pensar em outras coisas e nestes dias, não pude deixar de associá-lo, por rima, a comportamentos.
FRUSTRANTE: havia uma multidão de gente que acreditou nele e nele votou, transformando-o em campeão de votos ao Senado. Parecia ser uma pessoa séria, de convicções, firme, com idéias novas capazes de fazer a diferença em um cenário carcomido pelas velhas oligarquias políticas. Hoje, sem sombra de dúvidas, posso afirmar que há muita gente frustrada com ele.
TROPEÇANTE: no episódio da compra do dossiê e dos aloprados, ele veio com a esfarrapada e petista desculpa de que não sabia de nada. Santa inocência ou astuta esperteza, acreditando na imbecilidade coletiva. Tropeçou feio e nunca mais conseguiu firmar o passo diante da opinião pública.
VACILANTE: Mais recentemente apresentou comportamento e posturas vacilantes, ora apoiando, ora ficando em cima do muro e ora sendo mais assertivo quanto à situação do Sarney e do Senado. Foi difícil saber exatamente qual era a sua posição.
TITUBEANTE: Isto o fez titubear. Ora era isto, ora aquilo. O titubeio maior foi sua renúncia irrevogável e a revogação do irrevogável no dia seguinte. Mesmo com a carta do Lula, virou piada e merecidamente.
CLAUDICANTE: no episódio dos aloprados, do mensalão, e agora na crise do Senado, para mim ao menos, fica evidente de que ele claudicou na ética. Não afirmo por comissão, mas o claudicar pela omissão. Falhou ao não ser voz forte de denúncia como o foram Pedro Simon e Cristóvão, para não citar outros que evito mencionar nomes. A sua ausência foi patética quando do bate boca entre Pedro Simon e Collor, preferindo ficar no gabinete a estar presente em um momento histórico, em que éticos precisavam se manifestar contra “aquelle” que é até hoje, junto com um paulista, o símbolo máximo da corrupção.
MERCADEJANTE: o que está por detrás desta sua atitude? Um pragmatismo maquiavélico, em que o fim Dilma justifica todos os meios? O que há de negociação e negociatas por trás disto tudo? As fantasias correm a mil, haja visto que o Senado se mostrou ser a casa da mãe Joana e um balcão surtido de negócios os mais variados. Ou é a república sindicalista que o leva a tal comportamento? Não afirmo nada. Só pergunto perguntas inevitáveis diante disto tudo.
Marcos Inhauser
terça-feira, 11 de agosto de 2009
FUMOCÍDIO, MOTOCÍDIO E SUÍNA
terça-feira, 4 de agosto de 2009
OUVIDORIA, SURDORIA OU DEFENSORIA?
Desta minha crença devo dizer que tive mais aborrecimentos e decepções que resultados. Por três vezes acionei a Agencia Nacional de Transporte Terrestre – ANTT, duas delas com casos graves e nunca tive sequer uma resposta ou forma de acompanhar o andamento das coisas. Outra vez acionei a ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo, recebi um protocolo, liguei várias vezes e nunca recebi uma informação precisa ou conclusiva sobre o meu pleito.
Quando saiu a lei que regulamentou o Serviço de Atendimento ao Cliente, estabelecendo prazos rígidos para o atendimento e multas para os infratores, liguei para a ANATEL e fiquei mais de 45 minutos esperando que me atendessem e nada. A mesma que regulamentou o serviço é a que descumpre as regras.
Estes dias, por causa de um problema com plano de saúde, e ainda acreditando na coisa, tentei a Agência Nacional de Saúde e fui informado que não tratam de questões particulares, mas só com a questão institucional do relacionamento cliente e empresas.
Alguém pode argumentar que todas são estatais e que não se pode esperar nada de um governo que está se lixando para as regras, haja visto que mudou as leis das concessões de telefonia para que houvesse a fusão Oi/BrasilTelecom, que politizou os cargos que deveriam ser ocupados por técnicos e colocou gente que não sabia de nada do setor, como é o caso do Milton Zuanazzi na ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Estou citando um para não ficar listando sindicalistas e apaniguados lotados em cargos para os quais não estão habilitados.
A minha conclusão é que, no setor público tem-se Surdorias.
No setor privado, se não é uma Surdoria, é Defensoria. Cansei de ligar para o Omdundsman da Telefônica, ouvidoria da Net, ouvidoria da Vivo e me decepcionar. Estes até que dão certo seguimento e ligam de volta para relatar os procedimentos tomados. Invariavelmente defendem suas empresas e acabam jogando o problema para escanteio ou no colo da gente. O mesmo se deu com a Ouvidoria de um Plano de Saúde. O atendimento local mudou prazos, atendeu mal, disse que não tinha chegado o documento solicitado e quando liguei para a Ouvidoria o dito cujo milagrosamente apareceu, se negaram a carimbar um papel impresso por eles, e depois a Ouvidoria me liga para dizer que seguiram os procedimentos e o culpado era eu.
terça-feira, 28 de julho de 2009
SUPÉRFLUO ÀS ÁGUAS
www.inhauser.com.br / marcos@inhauser.com.br
Prática da antiga navegação era, diante de uma tempestade e risco iminente de afundar, atirar às águas o que era supérfluo, como forma de aliviar, salvar o barco e chegar ao destino. A prática não mais é adotada na navegação de grande calado e talvez o seja ainda em pequenas embarcações. De uma coisa sei: o Lula sabe disto e usa a técnica na sua viagem pelo mar revolto da política, com o objetivo de perpetuar-se no poder.
Ele já enfrentou algumas tempestades que grande porte. O seu barco, denominado PT, esteve à deriva várias vezes, no que pese o fato de que muitos que o escolheram criam que estavam elegendo um Titanic: sólido e resistente.
No porto de partida houve festa e esperanças de que a viagem seria tranqüila. Ao alcançar alto mar, pegou a tempestade do Mensalão. Balança daqui, balança dali, o barco PT estava fazendo água e o capitão disse que nada estava acontecendo. Quando a coisa complicou, elegeu o supérfluo e jogou ao mar o Dirceu. Com a tempestade da viagem à Argentina da Benedita, ela foi jogada aos tubarões.
Mais tarde, com a tempestadezinha inicial do caseiro, percebeu que a nuvem escura virava uma grande tempestade, e lá foi outro supérfluo: Palocci. Houve ainda a tempestade do churrasqueiro do guru-mór, dos compradores de dossiê para favorecer a candidatura de um barco do navio, e lá foi ele jogar supérfluos dizendo serem aloprados.
Quando outra tempestade Rondeau, jogou fora o Silas. Depois foi a ministra com gastos exagerados no cartão, e lá foi ao mar outro supérfluo, ainda que os gastos com a filha Lurian tenham sido iguais ou maiores.
Agora, quando depois de hesitação e cobrança pública, o Mercadante solta uma nota como líder do PT no Senado dizendo que apóia a licença e convocação antecipada do Conselho de Ética, o sindicalista-mór manda o pau mandado do Ministro Mucio desautorizar publicamente ao líder de seu partido. Mais um que ele joga ao mar.
O que chama a atenção é que ele não jogou ao mar o Renan e nem agora o Sarney, no que pese a gravidade das tormentas. E se não o fez, só posso concluir que eles são mais importantes que o Dirceu, Palocci, Benedita, Greenhalg e outros petistas históricos. Se o seu barco PT está fazendo água, melhor saltar para outro que já provou que resiste a qualquer onda: o PMDB, barco que tem a capacidade de navegar sempre na onda do poder.
O que o leva a agir assim? Estratégia política? Ou blindagem para quando deixar o governo e vieram pedir explicações mais detalhadas sobra a atuação do filho, sócio da Telemar? Ou suas constantes viagens ao redor do mundo? Ou a compra dos Rafale para equipar o exército? Ou as verbas nebulosas da Petrobrás para as ONGS e empresas devedoras para com a União? Ele talvez terá que se explicar muito e nada melhor do que se proteger protegendo hoje pessoas que poderão ajudá-lo a blindar-se. Não tenho respostas, só perguntas.
terça-feira, 21 de julho de 2009
CADÊ VOCÊ, SUPLICY?
Acompanhei sua luta na CPI dos Anões. Lembro-me da suas argüições aos implicados e da viagem aos Estados Unidos para tentar achar uma mulher que poderia ser a esposa do cérebro da quadrilha dos anões. Acompanhei as suas intervenções na CPI do Narcotráfico e no Mensalão e admirei sua independência quanto ao partido que estava atolado até ao pescoço nas maracutaias do valérioduto. Lembro-me da sua investigação quase quixotesca em busca de evidências quanto à morte do Celso Daniel. Sempre o achei um determinado, especialmente no que se refere ao Bolsa Família, tema quase único nas suas conversas e falas no plenário.
Mas, confesso, estou desapontado com o seu sumiço nos recentes casos de corrupção no Senado. Até tenho a impressão que, ou você não é mais Senador, ou tirou férias. Não sou um investigador contumaz das suas atividades, mas não me lembro de uma única participação, fala, censura ou seja lá o que for diante dos recentes episódios. A única coisa que me lembro e que me causou espécie, foi a revelação da sua participação na farra das passagens aéreas, com explicação tímida e providência óbvia.
Fico a me perguntar se a sua concepção do Bolsa Família passa pelo nepotismo do emprego da família nas tetas do erário. Afinal é uma forma de Bolsa Família. Dinheiro público para parentes menos agraciados na vida, sem mandato parlamentar, que não merecem ficar vendo o iluminado eleito se lambusando e eles à deriva. Por que não vi, não li, nem soube, da sua posição quanto a isto?
Se você está no Senado desde 1990, como pôde passar todo este tempo sem nunca ouvir que algo de estranho acontecia nos subterrâneos do poder legislativo? Nunca ninguém lhe contou da casinha que o Agaciel tem? Nunca lhe passou pela cabeça que havia muito cacique para pouco índio nas diretorias do Senado? Nunca lhe passou pela cabeça perguntar como pode a Gráfica do Senado ter mais de mil funcionários e oitenta por cento deles na ociosidade?
Há algo de estranho neste seu silêncio, especialmente em quem já fui muito combativo e independente. Qual a sua posição diante do enquadramento do Lula, exigindo a sustentação do Senador do Amapá que mora em São Luís na presidência do Senado? Qual a tua posição quanto ao circo montado na composição do Conselho de Ética e especialmente na escolha do presidente?
Gostaria de ver você atuando como já fez. Mas, hoje por hoje, estou é decepcionado com você e meu voto você não recebe mais.
terça-feira, 14 de julho de 2009
CADÊ OS PROFETAS?
terça-feira, 7 de julho de 2009
OBRIGADO, DEUS, PELOS DOIDOS
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Tõ com dó dele
Que culpa tem ele que o motorista/mordomo, empregado há muito no Senado, faça coisas menores para atender coisas da família e para isso receba um salário nababesco? Que culpa pode ter uma pessoa que, imbuída dos mais altos valores cristãos da solidariedade e amor ao próximo, empresta um imóvel funcional a um ex-senador enfermo e autoriza uma viúva de um ex-empregado a morar em imóvel público?
Que culpa tem se nunca soube que seus netos eram empregados de senador, que os empregou porque devia favores ao avô? Que culpa tem se nunca deu ouvidos à rádio-corredor e nunca soube de “coisas” que aconteciam dentro da casa que administra? Que culpa tem se entendeu que seu mandato é para lidar com questões políticas e não para limpar as latas de lixo da cozinha, coisa que, a bem da verdade, não são para uma pessoa do seu naipe?
Que culpa tem se um neto que fez cursos em Harvard na área de economia, abre um negócio de gerenciamento de créditos consignados e consegue mediar tais negócios com funcionários da casa que o avô administra?
É muita “mídia marronzista” (que saudade do Odorico Paraguaçu). É trama insólita da oposição que não gosta do seu apoio ao presidente Lula. Se ele é culpado e deve renunciar, que renunciem também todos os outros senadores que nada sabiam tanto quanto ele, que também tiveram parentes empregados e viajaram de graça. Tadinho dele. Tô do teu lado Sarney...
Só peço um emprego de motorista/mordomo. Afinal, sou o único a defendê-lo nessas horas difíceis. Por favor, não se esqueça de mim, ainda que não seja parente...
terça-feira, 23 de junho de 2009
QUASE CHOREI
terça-feira, 16 de junho de 2009
BOQUIRROTO
sexta-feira, 12 de junho de 2009
A QUESTÃO DA VIDA
Trago viva a lembrança vivida em minha infância. Minha avó materna e um tio viviam com a gente e em casa havia um fogão à lenha, centro da vida familiar. Certo dia apareceu a possibilidade de trocar o velho fogão por outro a gás. As conversas à mesa, na hora da janta (naquele se tempo ainda se jantava!) era acalorada com meu pai defendendo a novidade e os outros reticentes ou contrários. Lembro-me que um dos argumentos brandidos era que o café já não mais estaria à disposição sempre quente, pois não haveria fogo para mantê-lo aquecido.
Outro argumento era de que o feijão feito no fogão moderno não tinha o mesmo gosto do feito em fogão à lenha (até hoje ouço este argumento e não consigo entender, confesso, porque se é o calor que cozinha, qual a diferença ente os calores?).
Quando olho para trás, percebo que a questão não deveria ser se deviam ou não trocar, mas quando deveriam fazê-lo. Há mudanças que vem para ficar e não aceitá-las é ficar fora do mundo. Assim foi com a imprensa, quando muitos a acusaram de poder disseminar mentiras, imoralidades, etc. Foi assim com o cinema, a televisão, o telefone e o celular. Não é uma questão de saber se deviam ou não aceitar, mas quando deviam adotar as novidades.
A mesma questão vale para o computador e a internet. Muitos foram (e ainda são) críticos severos da modernidade, acusando tudo o que de mal está acontecendo com os filhos e casamentos. Mas parece que os críticos de então e de agora se esqueceram e se esquecem de olhar quanta coisa simplificou com as novidades. Minha avó não mais precisou rachar lenha, nós os netos não mais precisamos recolher a madeira, não mais havia panela pretejada para lavar. O café quente foi solucionado com a garrafa térmica que veio logo depois e não mais se tomou café requentado.
De igual maneira, os críticos da modernidade da internet se esquecem que ela é que possibilita uma série de comodidades. O banco online, os endereços à mão, a localização de amigos, o conversar com o mundo, o ter dados e informações na ponta dos dedos, são poucas das muitas coisas que mudou para melhor.
Toda mudança implica em riscos, em ajustes, em dores de parto até que a coisa venha à luz. Criticar a gravidez sem olhar o fruto por vir é burrice. Não há novidade, avanço, sem algumas dores.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
COMPORTAMENTO RETRIBUTIVO
terça-feira, 26 de maio de 2009
COMIPÇÃO
Nos últimos meses tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas que tem ou tiveram relações estreitas com os corredores do poder, tanto em nível federal, estadual, como municipal. Nas conversas, como é óbvio, não poderia deixar de tocar o tema da corrupção e os casos que vieram à tona, notadamente os relacionados ao Senado e a farra das passagens aéreas.
Nas considerações que ouvi, houve uma unanimidade: o que veio à tona é só a ponta do iceberg, só uma pequena ponta de tudo o que ocorre nos descaminhos do poder. Cheguei à conclusão de que se cobra comipção (neologismo formado de comissão e corrupção) até na compra de palito de dente.
Segundo estes, há muita coisa, como favores prestados a deputados e senadores que traficam influência, viciam licitações para que sejam vencidas por quem “financiou” suas campanhas, aceitam sobrepreços, pagamentos de pilares inexistentes em túneis e pontes, metragens descumpridas em estradas, capa asfáltica 50% menos espessa e largura de estradas mais estreitas do que está no contrato, o que dá ganhos exorbitantes às empreiteiras. Há os “pedágios” mensais em base a um porcentual sobre a arrecadação nos serviços “privatizados”.
Um deles me contou de uma farra financiada há mais de uma década por um empresário que levou de passeio a Mônaco mais de dez deputados e senadores e alugou um iate ao custo de US$ 120.000,00 dólares/dia.
O outro me perguntou se eu acreditava que a farra dos pedágios e o jardineiro fantasma eram os casos mais cabeludos da Câmara de Campinas. Ele me disse que a celeuma em cima da identificação dos carros usados pelo poder municipal é quase nada diante de outras coisas. Ele me pediu que prestasse mais atenção às mudanças nas leis de zoneamento, contratos sem licitação feitos em regime de urgência, custo do aluguel dos carros, a forma como certos “empregados” são pagos por agências de publicidade e locadores de veículos, como forma de camuflar gastos.
Na segunda-feira houve uma manifestação dos donos de postos de gasolina, vendendo o produto sem os impostos para que a população se conscientize do quanto há embutido no preço. Houve onde se vendeu o produto a R$ 1,27. Se remédio genérico paga 37% de imposto, se vacina para animal é isento, se escola paga mais tributo que lotérica, dá um mal estar danado. É um dinheiro que vai pelo ralo, falcatruas de ilustres “otoridades”.
Quando pergunto a estas pessoas se há esperança eles me afirmam que não vêem luz no final do túnel, que a cultura da comipção é arraigada no Brasil, que a população tem um comportamento bovino de passividade. De minha parte, não voto mais em ninguém que tenha mandato. É meu não à reeleição.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
A BENÇÃO DA DIFERENÇA
terça-feira, 12 de maio de 2009
SEM PODER FICAR, NEM SAIR
terça-feira, 5 de maio de 2009
ATOLADO NO ESGOTO
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Igrejas Históricas da Paz
Volto, depois de dez anos, à República Dominicana, país que já visitei mais de vinte vezes, em função de trabalho de educação teológica que aqui realizei, sendo diretor de um seminário. À primeira impressão, parece que muita coisa mudou, pois novas avenidas, viadutos e túneis se abriram para escoar o tráfego e os cortes de luz parecem menos freqüentes e mais curtos.
No entanto, quando entro pelo país adentro, especialmente indo em direção ao Haiti, percebo que as coisas continuam iguais ao que era e, talvez, em alguns lugares, ainda mais complicado. No domingo estive em um Batei (vila de haitianos ilegais que vem à República Dominicana para trabalhar nos canaviais) e conclui, falando com as pessoas, que as coisas continuam iguais e talvez piores. Hoje vou a outro Batei onde os moradores viviam do trabalho do corte da cana e que já não tem o que fazer porque a usina fechou. Sem trabalho e na condição de ilegais, não podem sair da vila onde vivem, com medo de serem capturados pelas autoridades.
Neste contexto, as Igrejas Históricas da Paz (Irmandade, Menonitas e Quáqueros) se reuniram para convocar uma Conferência que busque ações concretas para reduzir a violência, no marco da Década para Redução da Violência. A tarefa é hercúlea, as formas de violência são múltiplas, mas algo se deve fazer, ainda que seja plantar grãos de mostarda.
Historicamente estas três igrejas tem se dedicado a elaborar uma teologia da paz e a buscar formas concretas de implementá-la. Representantes destas igrejas foram responsáveis por várias ações mundiais de denúncia da guerra, qualquer que seja, como pecado. Muitas ações foram desenvolvidas para os objetores de consciência (jovens que se negam a servir ao exército por razões de consciência), formas alternativas de serviço durante a guerra (criou-se um hospital em San Juan, Porto Rico para atender aos feridos de guerra e os que lá serviam não seriam chamado às armas). Também há forte mobilização entre os membros das Igrejas Históricas de Paz pelo desarmamento das nações e pessoal. Membros destas Igrejas tem se notabilizado por serem estudiosos das técnicas de resolução de conflitos e mediação, tendo, inclusive cursos universitários voltados ao tema e vários trabalhando para a ONU e na mediação de conflitos internacionais.
A Conferência que agora se convoca tem por objetivo reunir estas experiências pela paz na América Latina, coordenar ações e disseminar a teologia da paz entre outras igrejas e movimentos, de tal forma que a paz deixe de ser sonho e se torne realidade nas ações diárias das pessoas.
Quero ser criança, sempre
Já tive oportunidade de contar minhas peripécias com meus netos e como aprendi com a história o real robot. Mas, talvez, a mais significativa, tenha sido uma que não diretamente relacionada ao robô. Estávamos em Shanghai em um dia chuvoso e sem muita opção de passeio. Fomos a um shopping com muitos brinquedos para crianças, mas coisas eletrônicas, onde a participação é mínima: você passa a ser o objeto da ação e não senhor dela.
Minha filha viu um cartaz de um show de acrobatas chineses e nos perguntou se queríamos ir ver. Os netos perguntaram o que era isto e ela explicou. Eles se animaram. Ao me perguntar e devolvi a pergunta: mas vamos poder aplaudir com entusiasmo? Ela respondeu afirmativamente.
Lá fomos nós. Sentamos na quarta fila e meus lados, um de cada lado. Começado o espetáculo eu coloquei o menor no meu colo para que pudesse melhor ver (sentou um cabeção à sua frente) e comecei a comentar que era difícil fazer o que o acrobata estava fazendo, que por trás da exibição havia muitas horas de treino. Ao final daquela apresentação, plauadimos com entusiasmo. Em seguida, o neto mais velho também para o meu colo e comecei a dizer “uau” e eles começaram a dizer “awesome” a cada coisa mais atrevida ou difícil. A certa altura estávamos todos de tal forma envolvidos e participando do show, que gritávamos “unbelievable”, “incredible” a cada pouco e os netos aplaudiam em pé. Era uma festa. Era como estivéssemos no palco juntos, fazendo com eles as coisas.
A filha e a esposa tentavam estavam desconfortáveis com nossa euforia.
Olhando para trás, acho que foram dois shows: o dos acrobatas no palco e o nosso na platéia. Saímos em êxtase, como se tivéssemos visto o indizível. Os netos chegaram ao hotel e contaram ao pai tudo o que haviam visto e não o deixaram dormir até bem tarde da noite, tentando reproduzir os saltos e contorcionismo que viram.
Voltando para casa, eles montaram um circo no porão e começaram a praticar saltos, a melhorar a performance. E eu com eles, incentivando e vivendo a criança com eles. No dia do aniversário da avó fizemos uma apresentação de acrobacia (se é que não ofendo os acrobatas chamando assim ao que fizemos).
O Reino é assim: ele nos entusiasma, nos convida a subir ao palco e brincar como crianças. Quando deles participamos queremos contar aos outros a nossa delícia de experiência e evangelizamos pelo entusiasmo e pelo convite a ser crianças como nós. E sendo crianças sempre, nos apropriamos da plenitude do Reino.
terça-feira, 7 de abril de 2009
LEVEI UM BAILE
Trouxe um monte de coisas, mas o básico eram algumas peças de metal e parafusos que, juntados, serviriam de estrutura para o que iríamos construir. Vim com uma idéia bastante completa e pronta e quis impor isto a eles. E aí entrou o mais completo baile que levei. Eles me mostraram o quanto eu havia perdido a capacidade de imaginar, sonhar, fantasiar, de ser criança. Eles me mostraram que mais importante que o produto pronto e acabado, a coisa bem feita, é a imaginação, o que se sonha ao fazer.
Quando menos esperei a imaginação deles estava a mil e a minha execução trôpega. Eu queria colocar algo em um local definido e eles viajavam e queriam outras coisas em outros lugares. Onde eu via uma haste mecânica, eles viam o braço, a mão, os dedos. Onde eu via um monte de hastes mal montadas, eles viam o real robot, onde eu via algo a ser completado, eles viam mundos.
Acho que é por isto que Jesus ensinou que se não nos tornarmos como crianças, não poderemos entrar no Reino de Deus. Há no Reino algo de sonho, fantasia, utopia, de possibilidade diante da impossibilidade. É um tornar-se criança, um desfrutar das coisas mais simples tirando delas as doçuras que só a fantasia e o sonho conseguem. É querer as coisas simples, as verdades menos complexas (quanto mais complexa mais possibilidade de erro), acreditar nas pessoas, viajar nas possibilidades, crer no impossível. É um contentar-se com um estilo de vida simples, onde o conforto simples e não o luxo é a tônica.
Muitos amigos me escreveram desejando-me sorte na empreitada e outros pedindo fotos da obra. Publicamente quero reconhecer que não consegui fazer um real robot nos moldes que imaginei e que os amigos imaginaram. Tampouco tenho absoluta certeza de que os netos acham que conseguimos. Mas o que valeu foi o tempo que passamos juntos, as coisas que puder ensinar de mecânica, eletricidade, de trabalho em equipe, de planejamento. Se o real robot não saiu como eu queria, a intimidade, a amizade, o amor entre mim e os netos que não tenho oportunidade de conviver porque a distância é enorme só fez aumentar.
Não há real robot mas há, por causa dele, real love and friendship e, importantíssimo, sonhos que queremos se tornem realidade.
terça-feira, 31 de março de 2009
A MALA ME CARACTERIZA
Na semana passada, o que nunca sonhei na vida, estive em Shanghai e mais uma vez a monumentalidade das construções chinesas me deixou boquiaberto. Eu havia acabado de assistir a um documentário sobre o Edifício Torre Mayor na cidade do México e a grandiosidade dele, suas características antissísmicas e o fato de ser único na América Latina. Em Shanghai deve haver uns 50 deles. A arquitetura dos novos edifícios é arrojada, moderna e busca privilegiar conceitos ecológicos. O aeroporto de Pudong (o mais novo) tem 233 portas de embarque. Vi árvores sendo plantadas aos montes por todas as partes, assim como vi a poluição terrível que cobre a cidade e um trânsito simplesmente caótico.
Por todas as ruas que passei (e não foram poucas) havia obras de remodelação, ampliação, ajardinamento. Da janela do hotel contei ao menos 8 áreas em construção. Quando subi na torre de televisão, cartão postal da cidade que equivale a um prédio de uns 150 andares, o que vi lá em baixo foi um grande canteiro de obras.
Tal se deve a duas razões: Shanghai hospedará em 2010 a maior Convenção Internacional de Comércio e Negócios e a decisão de transformar a cidade no maior porto do mundo. Para se ter uma idéia, eles construíram um em pleno mar, com 25 quilômetros de extensão, usando umas pequenas ilhas e aterrando os espaços entre elas. A cidade é ainda a capital financeira da China, sede da maior parte das indústrias e onde as multinacionais tem seus escritórios. Simploriamente poderia dizer que Beijing é a capital política, mas Shanghai é a capital financeira e dos negócios.
Ao ver estas coisas e também saber das condições de trabalho da maioria dos chineses, fico a pensar se é certa a afirmação de que o Brasil é o campeão mundial das desigualdades sociais. Por outro lado, se só um por cento da população é rica, há na China um Brasil inteiro de milionários. Acima de tudo, há que se considerar que esta é uma sociedade que não privilegia o consumo, mas a poupança. Daí dá para entender porque eles tem mais de um trilhão de dólares aplicados nos Estados Unidos. E nosso Lula todo lampeiro se gabando de ter 200 bilhões em caixa. Isto talvez explique porque a China deve crescer só sete por cento em 2009 e o Brasil do Lula vai ficar patinando.