Na minha caminhada de teologia e igreja, percebi que muitos, como eu durante meus primeiros anos, têm pouca ou nenhuma informação sobre o movimento da Reforma Radical (Anabatistas) e suas contribuições para a teologia reformada.
Uma característica bastante forte na maioria dos grupos anabatistas (Menonitas, Irmandade e Quakers) é a forte ênfase na obediência aos princípios presentes no Sermão da Montanha e mais especialmente nas Bem-aventuranças. Fruto disto é o compromisso radical de vários grupos anabatistas com questões relacionadas à paz e ao ser pacificador. Há várias histórias sobre este compromisso radical.
Uma delas é a relatada no Livro dos Mártires (Mundo Cristão, 2011). Um anabatista estava sendo perseguido por um soldado que o levaria preso e à morte por ser anabatista. Ao cruzar um rio congelado, o gelo se trincou com os passos do anabatista e o soldado, que veio no seu encalço, se afundou no rio gelado. O anabatista voltou, o ajudou a sair do rio e em seguida o soldado o levou preso e à morte. Obediência radical.
Outra história se deu nos Estados Unidos no período da colonização. Durante os anos imediatamente anteriores à Guerra de Independência, alguns da Irmandade se mudaram para uma área na Pennsylvania, chamada Morrison Cove. Ali, com outros colonizadores brancos, começaram a trabalhar na agricultura. Em novembro de 1777, os indígenas atacaram quem estava em Cove. Os da Irmandade não fugiram, nem lutaram contra eles. Cerca de 30 personas da Irmandade foram mortas. À medida que atacavam, os da Irmandade diziam em alemão Gottes Wille sei getham. (“a vontade de Deus seja feita”). Os indígenas se impressionaram com a maneira como suportavam o sofrimento, sem revidar. Muitos anos mais tarde, os antigos indígenas perguntaram se os “Gotswilthans” ainda viviam em Cove. Era a maneira como se lembravam da Irmandade.
Nestes dias, a Igreja da Irmandade da Nigéria deu mais um exemplo concreto de obediência radical. Grande parte das meninas raptadas em uma escola (mais de duzentas) pelo Boko Haran (grupo terrorista que se afirma muçulmano) pertencia à Irmandade. Agora, “no processo de reconstrução de suas vidas após os ataques dos terroristas do Boko Haram, irmãos e irmãs da Igreja da Irmandade na Nigéria (Ekklesiyar Yan’uwa a Nigeria) decidiram reconstruir também suas relações com seus vizinhos muçulmanos. Esse processo não se deu somente através do reestabelecimento do diálogo e da convivência pacífica, tão comuns antes do terror e da divisão imposta pelos terroristas. Eles incluíram em seu projeto a reconstrução de uma mesquita queimada pelo Boko Haram, impactando profundamente os líderes e a comunidade muçulmana local. Decididos a seguir o exemplo de Jesus em sua radicalidade, eles literalmente deram a outra face, não pagaram o mal com o mal, expressando a regra de ouro em sua forma mais concreta: "Portanto, tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles." (Mateus 7:12)” (dados fornecidos pelo Rev. Musa Mambula, um dos líderes da Igreja da Irmandade na Nigéria).
É também a aplicação concreta dos ensinamentos bíblicos: "Vede que ninguém pague a outro mal por mal. Antes, procurai sempre praticar o bem entre vós e para com todos." (1Ts 5:15) e “procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fôsseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz." (Jr 29:7).
Como cristão não entendo como há quem apoie quem promove o armamento, a guerra, a violência, etc. Quem é cristão promove a paz!
Marcos Inhauser
Professor, pastor, teólogo e educador corporativo Textos escritos para a coluna semanal no Correio Popular, da cidade de Campinas e texto escritos depois de 2021, que tratam de temas nacionais, internacionais, sobre igreja e teologia
Leia mais
Há outros artigos e livros de Marcos e Suely Inhauser à sua disposição no site www.pastoralia.com.br . Vá até lá e confira
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
MEMÓRIAS DE LITURGIAS LIBERTÁRIAS
... E o verbo se fez
Liturgia e habitou entre nós, peregrinos, cheio de cantos, gestos, cores,
cheiros, saberes e sabores...
E vimos, em momentos
efêmeros e cheios de eternidade, a glória de QUEM tem um nome indizível, impronunciável...
Nesse “pleroma
extático”, arriscamos fazer preces, divinamente humanizadas, através de nosso
mantra ": Pai Nosso, de infinito carinho Maternal...”. Propusemo-nos a inventar celebrações que nos
trouxessem à terra o Deus da beleza celestial.
Fizemos coro com o Rubão: “Amo, na liturgia, tudo aquilo que saiu das
mãos dos artistas. Mas quando ouço as explicações dos teólogos e mestres, o
encanto quebra e eu desejo que eles tivessem falado em latim, para que eu não
tivesse entendido (...) Deixe que Beleza, sem palavras ou catecismos,
evangelize o mundo. Deus é beleza.”
Há uma história da
liturgia contextualizada, (en)cantada sob a inspiração dos versos e os reversos
da vida, desde a paixão de “Aleijadinho” até o trenzinho tupiniquim de Villa Lobos!
Em toda a sua plenitude! Vivenciando Paixão, Morte e Ressurreição de um povo
“maltrapilho e maltratado “!
Houve um tempo em que
se celebrou esta liturgia libertária! Houve um santuário devocional! Não nos
moldes dos soturnos templos, erguidos para tentar enclausurar o Criador.
Palpitava na alma de irmãos e irmãs a oração atribuída a Spinoza: “Para de ir a
esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que
acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos
rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí onde expresso meu amor por
ti".
Alguém há de
perguntar: quem eram, quem foram e quem são os peregrinos e peregrinas que para
lá faziam suas santas romarias? Seremos todos nós que diremos: “São gente refugiada
de comunidades regidas por Leis de Segurança Paroquial. Pastores, pastoras,
seminaristas, leigos e leigas que procuravam alternativas devocionais diante
daqueles manuais prescritos por técnicos da fé. São pretos, pobres e
profissionais da vida que ali se identificavam com a presença da Grande Face
Onipresente do Espírito!”
Ecos de Caetano
Veloso:
“A tua presença envolve meu tronco, meus braços
e minhas pernas
A tua presença é branca, verde, vermelha, azul
e amarela
A tua presença é negra (...)
A tua presença transborda pelas portas e pelas
janelas (...) “
A nossa Liturgia
começava quando, como líderes paroquiais, esperávamos, ansiosamente, cada
reunião deste Corpo Místico, macro-ecumênico, que se reunia em torno da mesa,
da celebração e da liberdade. Nunca foi tão atual o credo wesleyano: “O mundo é
nossa Paróquia“, ao qual poderíamos acrescentar: “O mundo é nossa Paróquia Litúrgica”!
Infere-se que essa
expectativa “pré Reino de Deus”, verdadeiro e caipiríssimo, “aperitivo do
Reino”, trazia-nos o cheiro primaveril de novos tempos. Expectativa que nos
segredava a certeza de novos tempos.
Assimilamos no corpo e
na alma, a festa de foliões latino-americanos, homenageando Atahualpa Yupanky,
bem como os nossos da nossa estirpe “T”: Tião, Tom, Tonico e Tinoco. Aprendemos
a gozar as delícias inspiradas num cancioneiro-de-vida cuja
"Satisfação" era ter um Cristo com o rosto de povo, de amor radical,
universal, incondicional!
Descartamos o
cartesianismo eclesiástico e seus dogmas excludentes, para corajosa e graciosamente,
incluir as razões de um “coração feito pele morena”. E sob as arrebatadoras utopias apocalípticas,
tivemos visões “do aqui e agora”. Revelações que nos livraram e ainda continuam
livrando-nos, mesmo que temporariamente, de um cenário carregado e intoxicado
pelas retas doutrinas de nossas paróquias, quase sempre neuróticas.
Libertamos
liturgicamente, como bem “kerigmatizou e didatequetizou” o poeta, profeta e
trovador ZÉ-das-palavras-LIMAdas, “ a pele, os pelos e os poros desta
paixão". Em vez de continuarmos cantando as "Quatro Leis
Espirituais", começamos a cantar a Espiritualidade de um Jesus nascido
neste "chão-menino-chão-preto-chão-do-coração”.
Nesta virtual Catedral
do Místico e Mesclado Corpo de Cristo redescobrimos novos sacramentos...
- O sacramento da viola
- O sacramento do pandeiro
- O sacramento do chimarrão
- O sacramento da saudosa maloca
E é sobre estas coisas
sacrossantíssimas que na sequência, cantaremos, sempre sob a batuta do
brincalhão Arcanjo Gabriel e seus Blue Caps...
Texto do meu amigo
Carlos Alberto Rodrigues Alves, poeta, violeiro, teólogo e corajoso, que me deu
a autorização para editar e aqui publicar.
Marcos Inhauser
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o mundo é minha liturgia
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
PARADOXO SOCIAL
O mundo ficou pendurado nas notícias que saíam sobre a
situação dos 12 garotos e do técnico que ficaram presos em uma caverna nas
Filipinas.
Há algumas considerações que quero fazer quanto a esta
situação. Um grupo de amigos, praticantes do futebol, depois da partida,
decidem celebrar o aniversário de um deles (celebração da vida), entrando na
caverna, coisa que já haviam feito antes sem problemas. Era uma celebração.
Entraram pelo túnel de acesso, cheio de umidade e foram surpreendidos por algo
inesperado: chuvas que inundaram e os obrigaram a ficar presos no seio da
terra.
O mundo orou, rezou e torceu pela salvação das crianças.
Todos se empenharam no resgate, muitos voluntários, mergulhadores ou não, se
envolveram no trabalho. O mundo esteve pendente das notícias e do resgate de
todos. À medida que iam sendo retirados, como que por fórceps, o mundo exultava
com a vida salva.
Juntamente com isto, no Brasil, recebíamos notícias que
também convulsionavam a sociedade. Elas davam conta das balar perdidas e das
crianças mortas por elas. Por serem crianças, mais comoção havia. Parece que há
um apelo emocional mais forte quando se trata da morte das crianças. Ontem
recebi a notícia da morte de uma sobrinha de 10 anos, baleada por bala perdida,
e que me foi comunicado pelo tio, inconsolável.
Em meio a estes fatos, assisti, ainda que parcialmente, o
debate público promovido pelo Supremo Tribunal Federal, sobre a possível
legalização do aborto. Meus dois neurônios, sincronizados (talvez por vez
primeira), me perguntavam: não é este o mesmo pessoal que torcia pelo resgate
dos meninos nas Filipinas, que clamou pela cessação da violência das mortes de
crianças? Como podem estar, agora, defendendo a morte de crianças no útero de
uma mãe?
Os meninos na caverna tiveram uma parafernália para que
fossem salvos. Até um submarino de pequeno porte foi construído, para que a o
resgate fosse levado a contento. Muito dinheiro foi gasto para a infraestrutura
que permitiu a salvação de todo o grupo. Semana de hospital para a recuperação
de todos.
Imagine o escândalo que teria sido se alguém tivesse vindo a
público sugerir que se jogasse veneno no local onde os meninos estavam, para
evitar que não sofressem com a demora no resgate. Imagine que alvoroço teria
sido se alguém sugerisse que se introduzisse um aspirador/triturador, para que
os meninos morressem. Imagine quanta celeuma teria acontecido se alguém, sob
pretexto de que os pais não têm condições econômicas ou afetivas para recebê-los
de volta, sugerisse o “aborto” deles no útero da terra.
Se para os meninos que estavam no útero da terra a salvação
era questão de honra nacional e mesmo internacional, por que a vida de infantes
no útero da mãe pode ser disposta a bel prazer delas, sob o argumento de que devem
ter a autonomia sobre seus corpos? Se o argumento da viabilidade econômica da
mãe e dos pais pesa na defesa do aborto, por que não foi usado na questão dos
meninos?
Meus dois neurônios deram um curto-circuito. A ética da
morte de crianças é circunstancial? A vida de filipinos vale mais que a vida de
infantes brasileiros? Mas eles tinham mais de dez anos de vida, podem
argumentar. Mas qual a diferença na qualidade essencial da vida entre um feto e
uma criança de dez ou onze anos?
Confesso que não consigo entender. Se alguém consegue
explicar que o faça.
Marcos Inhauser
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
TÔ COM SAUDADE DELE
Viajando,
parei em um posto de gasolina para tomar um café. Era bem cedo e ali estávamos
vários para tomar o café da manhã. A pessoa que me atendeu estava fazendo o meu
com leite quando uma outra atendente, bem mais jovem, dela se acercou e
perguntou se ela tinha visto ultimamente um senhor que costumava passar com
regularidade.
A que
estava me atendendo, pediu mais detalhes sobre quem ela estava falando. A mais
jovem disse que era o “senhorzinho” que a chamava de “minha linda” e que,
quando ia embora, sempre dizia; “ainda caso com você”. A mais velha disse que
há algum tempo não o via. A outra perguntou: “será que ele está enfermo?”. Pode
ser, mas também pode ser que tenha morrido. Ele era já bastante idoso.
Olhei para
a mais nova e percebi que seus olhos marejaram. Ela se emocionou. “Não pode
ser, ele era tão alegre”. A outra, mais velha respondeu que mesmo as pessoas
mais alegres também morrem.
Senti que a
mais jovem estava bastante emocionada com a possibilidade de que o “senhorzinho”
tivesse morrido. “Eu sabia que ele dizia que ia casar comigo e que isto era
brincadeira dele, mas aquilo me fazia muito bem. Saber que havia alguém que me
dava atenção, me elogiava, e que fazia questão que eu o servisse.”
Ela deu
tempo. Respirou fundo. E volitou a falar: “sinto falta dele, sinto falta dele
dizendo minha linda e sair dizendo que um dia iria se casar comigo”. Dito isto,
ela entrou na cozinha. Não duvido que tenha ido ao banheiro curtir suas
lágrimas e sentimentos.
Eu fiquei
ali parado pensando no que havia ouvido e visto. Imaginei que, talvez, houvesse
quem o tivesse ouvido dizendo “minha linda” para a jovem, ou “ainda me caso com
você” e tenha dito: “velho safado”.
Saí dali
com lágrimas nos olhos. Cheguei ao meu destino com a coisa rodando na minha
cabeça e refletindo no poder que a atenção tem de dar sentido à vida das
pessoas, o como o elogio pode criar vínculos inimagináveis. Mais tarde, quando
conversava com uma pessoa que tem problemas de relacionamento com sua equipe,
contei a ele o que tinha presenciado. Senti que a coisa bateu forte nele.
Acostumado a ser um sujeito extremamente racional e frio, vi seus olhos, tal
qual os da jovem, marejarem.
Vivemos
dias em que pouco tempo temos para prestar atenção nas pessoas, não nos
arriscamos a elogiar quem nos serve, a dizer “minha linda”. Fomos criados para
estar em relação com os outros, para amar o próximo como se fôssemos nós
mesmos, para dar alegria ao outro. Acho que uma das missões mais sublimes da
vida é plantar sorrisos na face das pessoas com as quais nos relacionamos.
Podemos
fazer isto sorrindo, elogiando ou brincando. O humor é uma das formas mais
sublimes que o ser humano tem para tornar a vida mais alegre, leve e prazerosa.
Rir, sorrir, fazer sorrir e rir são o exercício do divino em nós. Na Idade
Média se discutia e se digladiava sobre o tema do riso em Jesus. Havia os que
defendiam que Ele, sim, riu, e outros diziam que, por ser o Filho de Deus,
nunca teria sorrido.
Eu, de
minha parte, acho que Deus dá gargalhadas com algumas coisas que fazemos ou
dizemos e que ele está no meio dos que se reúnem e dão boas risadas. Acho que,
quando o “senhorzinho” brincava com a jovem, Deus dava seus sorrisos.
Marcos
Inhauser
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
HÁ CEM ANOS ABENÇOANDO
Seu nome é José Zancul.
Eu o conheci em 1978 e desde então tenho desfrutado da sua
amizade e do seu carinho para comigo, minha esposa e filhos. Eu e a Suely conhecemos
em todo o nosso tempo de ministério poucas pessoas que, como o sr. José Zancul,
fosse benção como ele foi e é. Nunca o ouvimos pedindo a Deus uma benção, mas
sempre o vimos sendo benção na vida dos outros. Ele tem o dom de ser especial
na vida das pessoas. Com ele aprendi muitas lições, mas a mais significativa
delas já escrevi aqui: O “Princípio Zancul”, que reproduzo de forma reduzida.
Presbítero, aposentado do Banco do Brasil, é um homem
singular, de simplicidade ímpar e de obediência invejável à Palavra de Deus. A
generosidade não vi ainda em outra pessoa.
Certo dia estava quando um conhecido pedinte e alcoólatra do
bairro se aproximou e nos saudou pelo nome. Eu sabia que vinha pedir dinheiro e
eu já havia decidido que não daria para que ele não gastasse em bebida, pois
entendia que estaria contribuindo para o seu vício.
Ele se dirigiu ao seu Zancul e pediu um dinheiro para comer
um sanduíche. Para surpresa minha, ele colocou a mão no bolso e tirou o
dinheiro e perguntou se aquilo era suficiente para comprar um sanduíche. O
bêbado disse que sim e se foi agradecendo e pedindo a benção de Deus sobre o
doador.
Fiquei surpreso e irritado. Do alto de minha convicção e como
pastor dele, coloquei minha posição e minha recusa em dar dinheiro aquele homem.
Mais surpreso fiquei ao ver a resposta do seu Zancul: “ele me pediu dinheiro
para comer e eu dei dinheiro para comer. Não me cabe julgar se ele vai comer ou
não, cabe dar a quem está com fome e a mim assim declarou. Se eu não der, estou
julgando. Se eu julgar fico com o juízo. Se eu dou, fico com a benção. Se ele
comer o sanduíche, a minha benção se estenderá a ele. Se ele gastar em bebida,
ele fica com o juízo de Deus por ter mentido, mas ainda assim a benção é minha.
Não se esqueça, pastor, que Jesus ensinou que Ele esteve com fome e não lhe
demos de comer, teve sede e não lhe demos de beber, esteve preso e não o
visitamos, nu e não o vestimos. Não sei como e nem por que, mas cada vez que
vejo uma pessoa assim na minha frente, vem a mim a pergunta: será que é Jesus
Cristo me pedindo?”. Sai dali de cabeça baixa, entendo haver muita sabedoria
naquela simplicidade generosa. Aprendi ainda que nem sempre coloquei em
prática, para demérito meu. Nas vezes em que o “princípio Zancul” foi aplicado
por mim, meus filhos e minha esposa, tivemos a certeza de que ele tinha razão:
a benção foi nossa em ajudar.
Uma pessoa com esta índole é presente de Deus para as nossas
é concretude da graça de Deus.
Obrigado “seu Zancul” por tê-lo conhecido e desfrutar do seu
convívio e ainda ser abençoado com sua lucidez, carinho e brilho nos olhos
quando me vê a mim e à Suely.
Marcos Inhauser
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