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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MARIA AVELAR

Minha esposa diz que ela assim se chamava, ainda que eu creia que era Alvear. Ela era membro da primeira igreja que pastoreei, a da Vila Espanhola. Magra, doente, Maria Avelar era uma destas raras pessoas que é impossível estar junto sem se sentir ao lado de uma pessoa especial. Não sei quantas enfermidades ela tinha, mas era bem doente. Muitas vezes fui à sua casa e a vi debruçada sobre a máquina de costura, meio desfalecida. Por causa das enfermidades decidi que todos os domingos iria levá-la de carro para a igreja e trazê-la de volta à sua casa. No que pese sua condição de saúde, ela “costurava para fora”, não porque fosse necessário, mas “para ajudar os outros com uns trocados”. Ela tinha uma genuína alegria em ajudar quem precisasse. Além disto, tinha sabedoria e discernimento na alocação destes parcos recursos e eles sempre chegavam em momento mais que oportuno, do que eu e minha família somos testemunhas. Um dia ela me contou uma história impressionante e o fez na ingenuidade e simplicidade que lhe eram características. Vivia ela no estado de Goiás, em uma cidadezinha “destas que só tem uma rua e a cidade mais perece uma lingüiça. Eu morava em uma ponta da cidade e a igreja era na outra, de modo que eu tinha que atravessar a cidade todos os domingos para ir à igreja.” Maria Avelar tinha uma vizinha que ela muitas vezes convidou para ir junto à Igreja. Certo dia “ao convidar a vizinha, ela me disse: eu vou se você me prometer uma coisa. Que coisa?, perguntei. Prometa e eu te digo. Eu aceitei o desafio. Ela então me disse que iria à igreja no domingo comigo se eu fosse com ela tendo um pé calçado com salto alto e o outro descalço. Eu disse: tá bom, eu faço isto por você”. No domingo à tarde lá estava Maria na frente da casa da vizinha, tal como ela lhe havia pedido. A cidade o sabia do que ia acontecer e todos estavam para ver a mulher atravessando a cidade mancando, em um espetáculo ridículo. “Pastor, eu pensei: tô levando uma pessoa para conhecer o amor de Deus. Nada pode ser ridículo. Levantei a cabeça e, como se nada estivesse errado, fui andando e cumprimentando as pessoas que vieram para ver-me. E lá fomos nós atravessando a cidade. Não deu tempo de chegar à igreja, a vizinha estava chorando. Ela me abraçou e disse: se este Deus me ama a ponto de te dar amor para você fazer isto por mim, eu quero saber mais do amor deste Deus”. Até hoje me emociono quando relembro esta história. Nunca mais ouvi falar da Maria Avelar. E lá se vão mais de trinta anos. Ela nunca foi à rádio ou à televisão se exibir por este ato. Cristão como ela é o que a sociedade precisa. A mão direita não soube o que fez a esquerda e conto isto hoje para que seu exemplo seia imitado. Marcos Inhauser