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terça-feira, 13 de outubro de 2009

NOBEL?

Não é a primeira vez que o Comitê de escolha dos Prêmios Nobel surpreende. Contar as vezes em que isto aconteceu é quase contar a história do Prêmio. Há alguns que foram questionados quando foram concedidos e depois se mostrou o acerto dos questionamentos. Lembro-me particularmente do que foi concedido a Rigoberta Menchu, indígena guatemalteca, que teve oposição mesmo entre os seus conterrâneos e povos indígenas da Guatemala e mais tarde até indiciada em inquérito policial foi. Lembro-me ainda do prêmio concedido a Anwar Al Sadat e Menachen Begin, por uma reunião de paz que tiveram, um plano tirado a fórceps e que nunca foi implementado de forma significativa. Também foi criticado o prêmio dado a Oscar Árias, o costarriquenho que se diz que trabalhou pela paz na América Central, algo que a grande maioria dos centroamericanos não reconheciam. Confesso que me surpreendi com a nominação de Barak Obama. É verdade que, depois do desastre Busch, qualquer coisa seria melhor que ele. Devo também reconhecer que ele fez sua campanha e se elegeu com o lema da mudança, mas acho que fez muito pouco até agora para que o prêmio lhe seja outorgado. Se a nómina se deu pelo discurso na Universidade do Cairo, ele levou o Nobel da Oratória e não o da paz. Se foi porque propôs o diálogo entre muçulmanos e o resto do mundo, especialmente com os cristãos estadounidenses, também é discurso até agora. Se foi pela distensão com a Coréia do Norte, quem deveria ser nominado é Bill Clinton, quem lá foi e trouxe as duas jornalistas, sem fazer, aparentemente, concessões. Se foi pela decisão de não mais construir a parafernália antimísseis, chamada de guerra nas estrelas, deve-se dar a ele o Prêmio Nobel de Economia, pois fez o óbvio para um país endividado até o pescoço e atolado na crise. Tenho meus pruridos com a decisão, pois se trata de um governante que prometeu acabar com Guantánamo e não fez. Prometeu juízos justos e imparciais e até agora o que se tem é retórica. Prometeu tirar as tropas do Iraque, e elas ainda estão lá. Prometeu acabar com a guerra do Afeganistão e agora diz que a coisa vai durar e que há que enviar mais tropas. O senhor da guerra é agora Prêmio Nobel da Paz. Discurso por discurso, o Fidel e o Chavez dão olé. E, mesmo como orador, tenho lá meus senões. Chama-me a atenção que, quando dircursa, ele olha para a direita e esquerda, como se estivesse assistindo a uma partida de tênis ou pingpong. Não o vi olhando para a frente. É como se não encarasse a platéia. Não gosto disto. Passa-me a sensação de estar sendo enrolado. Quero estar errado. Neste tempo todo evitei fazer qualquer comentário sobre o Obama, dando-lhe o benefício da minha dúvida. Mas acho que exageraram na dose de mídia sobre ele. Com um aparato midiático destes e um posto de presidente do império, até discurso dá Prêmio Nobel. NO caso de Obama, melhor seria se fosse de Oratória ( neste eu também iria questionar.....) Marcos Inhauser

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