Leia mais

Há outros artigos e livros de Marcos e Suely Inhauser à sua disposição no site www.pastoralia.com.br . Vá até lá e confira

terça-feira, 3 de maio de 2011

MONITORANDO A TRAGÉDIA

Não me refiro à tragédia na região serrana do Rio de Janeiro. Nem à tragédia nas cidades de Minas. Nem mesmo às tragédias mais próximas em Socorro, Atibia, Bragança, Sousas, Hortolândia, Sumaré e outras mais. Eu me refiro à tragédia da incompetência e incúria dos governos federal, estaduais e municipais em aprender com os fatos. Não é a primeira vez que catástrofes ocorrem, nem será a última. Outras virão, assim como outra existiram. Alguém me disse que são quase 40 delas nos últimos 14 anos. Nada, absolutamente nada foi feito para que haja mais prevenção e menos reparação quando elas ocorrem. No morro do Bumba, em Niterói, as pessoas começam a voltar e a construir barracos nos locais em que podem e parte disto se deve ao fato de ter gente que esperando até hoje a tal verba do auxílio aluguel que nunca chegou. Em Blumenau, baixadas as águas, as pessoas voltaram para suas antigas casas porque nenhuma providência foi tomada e o que ofereciam para aluguel era insuficiente para alugar um barraco nas mesmas áreas de risco. A Avenida Aricanduva em São Paulo é useira e vezeira nas manchetes de inundação e o que se tem feito? Agora vem os políticos apresentar um Sistema Nacional de Prevenção de Catástrofes. Vamos examinar alguns detalhes. Ele não é novo. Já havia sido apresentado em suas linhas gerais logo depois da catástrofe de Santa Catarina. E o que se fez de concreto? Alguém sabe? Os políticos poderão dizer que se comprou um supercomputador para monitorar com mais precisão as condições meteorológicas. E daí? Se os avisos da meteorologia avisando que cairiam chuvas em grande quantidade na região serrana não chegaram à população como agora se sabe, de que vale fazer a previsão se não produz a prevenção? Três prefeitos das cidades mais atingidas fazem um consórcio e o apresentam à mídia? Onde estava o governador que não participou? Onde o ministro? Onde os senadores do estado do Rio? Cadê o Bispo Crivela? Cadê o Lindemberg? Há que se montar um Sistema de Prevenção monitorando a implementação do que estes políticos dizem na hora da catástrofe. Prometeram o plano, há que se montar um sistema cidadão de acompanhamento, denúncia, cobrança e fiscalização da execução disto que é do interesse de todos. Há um sentimento de solidariedade para com os que estão sofrendo e muitos se mobilizam para prover água, comida, colchão, material de limpeza, etc. A mídia ajuda nisto. No entanto, não devemos achar que mandando uns litros de água, uns quilos de mantimento, vamos fazer a nossa parte. Fazemos na reparação temporária. O que realmente vai contar é se, como cidadãos, adotarmos uma atitude de prevenção, de monitoramento, cobrando das autoridades ações preventivas. Há que se entupir as caixas postais de deputados, senadores, ministros, prefeitos e vereadores, cobrando deles ação preventiva. É ligar para estes políticos e exigir atitude deles. É parar quando são vistos na rua ou em espaços públicos e cobrar. É fazer com que a aparição pública deles seja indigesta pelas cobranças cidadãs. É exigir que se pronunciem sobre as ações que fizeram e estão fazendo e monitorar a veracidade da informação. Proponho um Sistema Nacional de Prevenção da Incompetência Pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário