Recebi
do meu amigo Rev. Marcos Kopeska, o seguinte texto que reproduzo na íntegra: “Por muitos anos ouvi o jargão: ´religião, política e futebol não se
discute.´ Acontece que por não discutirmos religião deixamos uma lacuna enorme
de omissão numa sociedade tão carente de orientação espiritual. Esta vacuidade
passou a ser preenchida por crendices cegas com o nome de devoção, manias e
histerias espiritualistas com o nome de avivamento, religiões que aparecem e
desaparecem com nome de evangelização, mercenários da fé que adoram resultados
e cifras com o nome de apóstolos e pedófilos embebidos de fantasias com o nome
de sacerdotes.
Quando deixamos de discutir deixamos de refletir.
Henri Paincore, filósofo, dizia: “Duvidar de tudo ou crer em tudo. São duas
soluções igualmente cômodas, que nos dispensam, ambas, de refletir.” Não
discutir é cômodo, mas é trágico.
Dizem que discutir religião leva as pessoas à
intolerância e fanatismo. Discordo! A falta de reflexão aberta leva ao
ostracismo e o ostracismo ao radicalismo. E discutir política? Nem me fale! Por
falta de discussões amplas com as bases é que continuamos a eleger os mesmos
“ratos do Congresso” que a cada mês nos surpreendem com novos escândalos, que
pagam toda a dívida externa e emprestam para o FMI às custas da maior carga
tributária já imposta, que dão uma nova roupagem ao velho e vergonhoso passado
a cada quatro anos.
Não discutir política leva a sociedade a crer na
mídia tendenciosa e achar que os projetos assistencialistas eleitoreiros são
prioritários, enquanto nos hospitais faltam leitos e médicos. Por não
discutirmos política a massa é omissa e aceita o ópio do BBB, carnaval; e
espera pelo bolsa família que os brasileiros que trabalham pagam com seus
suados impostos.
E discutir futebol? Ah sim! Temos 180 milhões de
técnicos falando das decepções que os mega contratos trouxeram. Temos 180
milhões de administradores preocupadíssimos com os atrasos nos cronogramas de
construção e reforma dos estágios para a Copa. Acontece que poucos destes 180
milhões sabem que este atraso está custando próximo a 6 bilhões de reais, quase
o triplo dos R$ 1,95 bilhão, estimativa quando da candidatura do Brasil junto a
Fifa.
Nunca antes foi tão importante discutir religião,
política e futebol. Não se esqueça: O verdadeiro cristianismo passa pelo viés
da cidadania.” (Marcos Kopeska)
Assino o que ele diz. E porque me sobra um pouco de
espaço, acrescento que o cristianismo brasileiro viveu e vive uma
marginalização alienante, onde temas corriqueiros são proibidos. Áreas onde a
mensagem evangelizadora precisa dar sua palavra, a igreja se cala, como é o
caso da sexualidade, do modelo econômico, dos salários, dos direitos humanos,
da corrupção, etc. Vamos trabalhar estes temas!