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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

SE ELE PUDESSE ESCREVER AO SAMU


Meu pai vem enfrentando problemas de saúde há algum tempo. No dia 26 de dezembro o quadro se agravou e decidi que o levaria ao médico, mas ele não estava em condições de ir no meu carro, debilitado que estava. Decidi chamar o SAMU. Liguei a primeira vez e deu mensagem para que ligasse mais tarde, fato que se repetiu mais três vezes. Comecei a me angustiar e ficar irritado. Como pode um serviço de emergência não atender? Achei que era porque estava ligando de celular e também achei que seria um absurdo se não aceitassem ligações de celular. Tentei mais uma vez e fui atendido. E aí começaram as minhas surpresas.
A primeira foi o atendimento inicial. Expliquei o quadro do meu pai e disse que não se tratava de uma urgência. Fui transferido para conversar com uma médica quem também me atendeu de forma exemplar. Novamente expliquei que não se tratava de urgência e que esperaria até que pudessem me atender. Preparei-me para uma longa espera. Trinta e cinco minutos mais tarde a ambulância chegou. E nova surpresa!
Se meu pai pudesse falar, sei que ele diria mais ou menos o seguinte: “nasci e cresci em meio a alemães e me casei com uma alemã. Frequentei igreja alemã. Aprendi que anjos eram brancos, vestidos de branco e com asas. Quando a porta da ambulância se abriu desceu um anjo que não era branco. Aliás, uma anja. Linda, negra e extremamente cuidadosa. Logo me ajudou a ir para a maca e me mediu a pressão, o pulso, a glicemia e começou a conversar comigo. Depois ligou avisando um médico de que eu chegaria. Ela me disse que eu iria para o Pronto Socorro e que de lá, depois de uma avaliação, me diriam o que fariam comigo. Este anjo não tinha asas. Tinha rodas e um motorista, também anjo. Minhas experiências anteriores com ambulâncias é que é uma viagem sacolejante, barulhenta por causa da sirene ligada, cheia de freadas e arrancadas. Este anjo motorista não era assim. Mais parecia que estava transportando ovos e que tomava todo o cuidado para não quebrá-los. Pela primeira vez me senti conduzido como se fosse um rei, assessorado por uma anja. Vi meu filho perguntando o nome deles: o anho se chama Claudecir e a anja Veridiana. Não vou mais vê-los. Meu quadro se agravou muito, perdi a consciência e os médicos dizem que sou paciente terminal. Mas antes que isto aconteça, quero deixar minha gratidão a estes anjos e meus parabéns ao SAMU pelo excelente trabalho que fazem. Milton Inhauser”.
Marcos Inhauser