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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

IRA, IRÃ, IRA(QUE) E I(S)RAEL


Não é surpresa para ninguém que o Trump é um presidente irascível e imprevisível. A sua imprevisibilidade é motivo de orgulho para ele e de apreensão para os demais, tanto pessoas como governos.
O seu caráter iracundo já mostrou as garras em vários episódios. Desde a questão do muro separando o México dos Estados Unidos, passando pela forma como tem tratado os ilegais e as crianças, os filhos dos que tentam entrar ilegalmente colocados em campos de concentração, até a forma como tem lidado com questões internacionais. O início do diálogo com a Coreia do Norte foi abruptamente interrompido por sua deserção, por motivos nunca bem esclarecidos. A sua impetuosidade no trato das questões comerciais com a China, a desconsideração para com o acordo firmado pelo Barack Obama na questão nuclear do Irã, a saída do Acordo Climático, a decisão de sobretaxar aço e alumínio brasileiros, são outros exemplos deste par de características: imprevisibilidade associada à irascibilidade.
Fomos novamente surpreendidos pela sua decisão de matar o segundo homem na estrutura de poder do Irã, o Qasem Soleimani. A sua ira ele a direcionou ao Irã, na questão do acordo firmado sobre o enriquecimento do urânio. E para fazê-lo usou o território do Iraque que ele acha que é extensão do americano, uma vez que tem lá mais de seis mil soldados. Um ataque ao Irã desde o Ira(que)!
Na geopolítica mundial, a ação teve implicações que envolvem diretamente a I(s)rael, aliado ao qual destina sua fidelidade canina. Irã e Iraque são inimigos figadais e, ao mexer com o Irã, o tabuleiro também balançou para o lado da nação que já tem seus problemas com a vizinhança.
É imprevisível as ações que redundarão de tal ataque. A retórica já experimenta graus de ebulição, mas, em se tratando de Trump, é difícil dizer o que é verdade e o que é encenação. De uma coisa podemos estar certos: haverá retaliação. O problema está em definir quando e como. Mas, aqui, com meus botões, acho que quem vai pagar o pato, será Israel.
A justificativa para tal ataque é que o Soleimani era um terrorista e que os EUA têm o direito de combatê-los onde quer que seja. A definição de terrorista é subjetiva e se alinha com os interesses dos EUA. Já escrevi aqui, em outra oportunidade, que o que os EUA fizeram no Afeganistão, foi terrorismo. O ato de um homem e seus poucos aliados (Bin Laden) foi alastrado para toda uma nação. Como terrorista foi classificado o exército norte-americano, uma forma de retaliação feita pelo Irã.
Parece que, afirmar que alguém é terrorista, é a mesma coisa é como dizer que alguém é herege: sempre o outro o é e o é por questões menores. No entanto, a mesma classificação poder-se-ia dar ao exército e serviço de inteligência israelitas. Sob o pretexto de retaliar ataques de terroristas palestinos, têm desferido duros golpes conta a população civil. Quando confrontados com os danos civis, falam de danos colaterais ou que eram terroristas travestidos. A Ira justifica tudo!
Ira, ódio, vingança, retaliação. Palavras que fazem parte da cultura de muitos governantes e países. Pasma-me que, entre eles o que são religiosos (Irã), uma nação religiosa (Israel), um presidente aliançado aos evangélicos (Trump e a recente participação no encontro de Miami, os discurso de que os democratas querem impor uma agenda antirreligiosa), o discurso de ódio com todos os que são diferentes ou pensam diferentemente.
Ira, iracundo, irascível, ir(r)acional, imprevisível, intempestivo, impulsivo, insolente, inábil, inapto e inepto para o poder e a liderança. Este é o homem que promove a ira. Mais que isto, tem gente que se orgulha de imitá-lo!
Marcos Inhauser

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ASSASINATO DE ESTADO

Esta é a forma como alguns governos estão classificando o ataque de Israel à frota de ajuda humanitária que buscava chegar à Zona de Gaza. O que aconteceu é digno de nota e repúdio. É inadmissível, sob quaisquer argumentos e pretextos, que uma ajuda humanitária levada por mais de 500 pessoas de várias nacionalidades, seja impedida e de cumprir com seu cometido. Se se considera que o evento deu-se em águas internacionais e que a ajuda se destinava a uma região massacrada pelo estado de Israel, que tem impedido de forma sistemática que as ajudas, mesmo as da ONU cheguem aos necessitados, o caso se reveste ainda de maior gravidade. O assassinato não só se deu em alto mar, mas se dá a cada dia quando mulheres, crianças, jovens e velhos são impedidos de receber o que o mundo lhes destina. O que Israel tem feito com os palestinos na Faixa de Gaza é o que aprendeu com os alemães nazistas nos campos de concentração. Replicam o que condenam sistematicamente, mostrando-se como vítimas de um genocídio praticado por Hitler, mas fazem isto para extermínio dos palestinos, por crer na superioridade da raça, por crer-se nação eleita. Se na Alemanha de Hitler a supremacia era vendida na genética ariana, em Israel a supremacia é vendida na superioridade religiosa. E causa espanto a leniência dos Estados Unidos e a fraqueza da ONU em condenar as sucessivas violações cometidas por Israel. Tivesse o barco sido atacado pelo Irã, os sionistas sairiam em coro pedindo a guerra e destruição do Irã. Se o ataque fosse árabe, montanhas de papéis de condenação seriam produzidos. Mas como é o estado queridinho dos EUA e de várias nações européias, o que se vê é uma condenação formal e um pedido de investigação imparcial. Haja ingenuidade de nossa parte para agüentar este teatro mais uma vez. Não estou aqui defendendo os árabes, nem judeus. Estou querendo mostrar que o discurso da “nação eleita, povo escolhido de Deus”, pode ter sido aplicado a Israel pelos antigos, mas, tenho a convicção que não se aplica a este estado pós 48. Pode um estado destes ser abençoado? Só se o é pelo analfabetismo bíblico de pregadores autoordenados e praticantes de uma espiritualidade cega e sionista. É um estado tão podre como o é outros que são achacados, e com razão, pela mídia e pelo público. Vide Coréia do Norte, Zimbabue, Irã, Venezuela e etc... Marcos Inhauser