Na minha “santa inguinorança”
da medicina psiquiátrica e da psicopatologia, tenho a informação de que
psicopata, especialmente os que se revelaram como tais já adultos, não têm
cura. Também tenho a informação de que os pedófilos são psicopatas e, por
conseguinte, incuráveis.
Isto explica porque eles,
mesmo sendo descobertos e penalizados por seu comportamento, voltam a
delinquir. Há estados dentro dos Estados Unidos e, se não me engano, também em
alguns países da Europa que, ao libertarem o pedófilo por terem cumprido a
pena, são devolvidos à sociedade e um alerta é dado à vizinhança para que o
indivíduo seja monitorado, com vistas a evitar que pratique a pedofilia outra
vez. Isto também explica porque muitos sacerdotes e pastores flagrados no
crime, são tratados com certa benevolência pelas autoridades religiosas que os
move para outros lugares, na esperança de que não voltem a praticar o crime, o que,
no mais das vezes, não acontecesse e ele reincidem.
Nestes tempos de Lava Jato
e declarações públicas de indiciados e réus, tenho sido levado a apensar em um
novo tipo de psicopata: o politicopata. Ele se apresenta com a maior
cara-de-pau tentando explicar o batom na cueca, com a maior desfaçatez e
hipocrisia. A certeza deste enfermo (sic) veio com as “explicações” do Romero Jucá
para a divulgação de uma conversa nada republicana que manteve com o ex-senador
e ex-diretor da Transpetro. A cara-de-pau em explicar o inexplicável, o
malabarismo feito para contornar interpretações que saltam do texto de forma
inequívoca, a cara de vítima e santarrão, me levaram a pensar que ele é
extremamente inteligente e sem nenhum sentimento (ambas características do
psicopata).
A revelação de um
corrupto traz-nos à tona a sua corrupção não só no nível da propina, mas na
capacidade que ele tem de corromper o idioma e o sentido estabelecido da
palavra. O Jucá teve a capacidade de, sem ficar vermelho, dar ao termo “boi de
piranha” sentido completamente diferente daquele que todos os brasileiros lhe
dão. Corrompeu o sentido useiro e vezeiro da palavra.
Para não restar dúvida
da sua capacidade de corromper, também ressignificou a palavra “delimitar”, dizendo
que era investigar e punir quem de merecia condenação. O sentido dicionário de “colocar
limites”, “estancar”, “parar” foram para as calendas.
O Jucá, quem tem mais
tempo na política que muitos, é um boquirroto e um bravateiro. Dizer que
poderia haver um pacto nacional, com os três poderes, para “delimitar” a Lava
Jato, é coisa de gente insana, seja pela impossibilidade real, seja pelas
circunstâncias atuais.
São politicopatas o Zé
Dirceu (mesmo condenado pelo Mensalão, continuou a delinquir), o Genu (que
zombou do Judiciário e transferiu o esquema do Mensalão para o Petrolão), o
Cunha e sua impassividade circunstancial que se traduz em vingança hepática, o
Renan e sua fleuma em dar a entender que nada o atinge, o André Moura quem,
mesmo tendo uma extensa folha corrida com acusação de tentativa de homicídio se
afirma inocente e se apresenta como líder do governo, e muitos outros que o
tamanho da minha coluna não me permite nominá-los.
Seria o Temer um
autista político quem, mesmo vendo o seu entorno e as pessoas que com ele se
relacionam, ignora as advertências e segue em frente como se nada pudesse
acontecer?
Marcos Inhauser