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terça-feira, 1 de março de 2011

DOIS A MAIS OU A MENOS

Nestes dias de campanha eleitoral e profusão de pesquisas, o brasileiro viu incorporar-se ao vocabulário a expressão “margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos”. Na esteira deste jargão pseudocientífico há duas linhas gerais de comportamento. A primeira delas quer nos passar a idéia da cientificidade das pesquisas, a exatidão dos cálculos e da capacidade previsora de tais dados. Baseados em dados coletados ao longo de anos de pesquisa, tabulados e calculados segundo algoritmos próprios, cada instituto busca a maior exatidão possível, medida pelo diferencial entre os dados levantados e os oriundos das urnas. Tal exatidão às vezes aparece (considerados os pontos da margem de erro) e outras foge à realidade. Isto, no caso mais recente e evidente, foi a eleição do senador Aloysio Nunes, que estava em terceiro lugar nas pesquisas e veio a ser o mais votado. De outro lado, há os que veem as pesquisas como meio de manipulação da opinião pública com o objetivo de levar a massa a votar no candidato que mais chances tem de ganhar, uma vez que há em muitos o desejo de “não perder o voto”, como se eleição fosse uma loteria ou campeonato. Para estes há que se considerar que tais pesquisas são contratadas a peso de ouro, cujos contratantes são, via de regra, pessoas ou grupos interessados nos resultados das eleições. Neste contexto, causa profunda estranheza a recente pesquisa divulgada nesta terça, dando conta que a candidata tem margem de 12 pontos em relação ao concorrente. Tal número destoa de pesquisas feitas por outros institutos e de maneira alarmante, uma vez que, em prazo de dias, a candidata consegue uma margem positiva de 6 a 8 pontos sobre o adversário. A ser verdade, o que teria acontecido de tão significativo que justificasse tal salto? Nada que se tenha notícia. Na guerra pelo voto, está valendo qualquer coisa. Desde panfleto assinado por bispo católico condenando o aborto e quem tem uma posição minimamente favorável, a pastores Malafala e Wellington Bezerra pedindo votos (de graça que não foi), a demonização das privatizações, alegada incompetência por ter fechado um negócio de 1,99, etc. Por que não usar também métodos “científicos” para confundir a opinião pública? Que mal há em uma pesquisa com margem de erro fora do padrão? Se mais tarde for comprovada a intenção em apresentar dados não comprovados nas pesquisas, isto não tirará a vitória e diplomação do/a eleita. E assim ficamos, nós os que votamos, como massa de manobra de políticos e marqueteiros inescrupulosos. Marcos Inhauser