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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O AMOR NÃO É ...

O amor não cobra. Quando se ama não há o direito de cobrança da pessoa amada pelo fato de que o amor não pode exigir respostas positivas da parte da outra pessoa receptora do meu amor. Ele é um ato incondicional da minha parte para com ela e querer cobrar o outro pelo fato de eu o amar é uma desautorização do meu sentimento, porque o ato da cobrança violenta o ato do amor e o transforma em algo de significado zero.
O amor não é proprietário. Amar alguém não confere o direito de propriedade. O amor proprietário é um dos grandes problemas da humanidade e o é pelo fato de que as pessoas, por amarem, se sentem donas do outro e no direito de controlar a vida do outro, de estabelecer limites, seja para a roupa que veste, o cabelo que pode ter, onde pode ir, com quem pode conversar. O amor não pode se sentir dono do outro que só é o destinatário dos meus sentimentos e atos de amor. O amor nunca toma posse. O amor possessivo, ciumento é doentio, é patológico.
O amor não é investimento. Não se pode amar alguém hoje, fazer coisas em benefício dele e amanhã cobrar alguma resposta, retribuição ou recompensa pelo fato de eu o ter amado e o ter beneficiado. O ato do amor não exige pagamento. O ato do amor é uma doação incondicional e gratuita.
Outra característica do amor: ele é doação. Foi o que Deus fez. O texto diz: “porque Deus amou o mundo, deu o seu filho”. Outro texto diz que Deus provou seu amor para conosco no fato de ter Cristo morrido por nós, de ter se dado por nós. Outro texto vai dizer que ninguém tem amor maior do que dar a sua vida em favor do outro. Amar é entregar-se ao outro. Quando se dá não se espera nada em troca.
É verdade que o ápice do amor é amar e ser amado por quem se ama. O clímax do amor é ter o agradecimento do outro por ter recebido. Amar e ser amado por quem se ama ou amar e receber a gratidão da pessoa amada não deve ser condicionante para amar.
O amor não precisa dar provas. Ele é a prova em si mesmo. O ato de amar, que é o ato de fazer algo em benefício do outro é, em si mesmo, a prova inteira do amor que se tem. O amor se vive e se faz presente no ato. Ainda que existam algumas expressões, inclusive bíblicas, no sentido de dizer que Deus prova o seu amor para conosco, o texto vai mostrar que a prova do amor está no próprio ato de amar.
Amar não tem limites. Quando se ama, há entrega, doação completa. O amor não aceita ou não impõe restrições. O amor libera as coisas positivas, os atos das pessoas que amam e elas se sentem libertas, felizes. Ele também liberta as pessoas amadas porque, ao receberem o amor, são por ele beneficiadas e libertas. O amor não infelicita. O que infelicita é o ciúme, que mata ao controlar o objeto amado.
O objetivo maior de quem ama é ver o amado sendo promovido, crescendo, florindo, desabrochando para a vida. O amor coloca sorriso nos lábios de quem ama, lágrimas de alegria na face de quem é amado. O amor promove a vida, perdoa, não se ressente do mal e não busca o seu próprio interesse.
Marcos Inhauser