O crescimento explosivo experimentado por essas congregações
não existiu antes da década dos oitenta. Dados coletados em 1992 nos Estados
Unidos revelam algo em torno de 350 de tais congregações.
A característica mais evidente das megaigrejas é o número de
pessoas presentes em uma semana. O atendimento tamanho deve girar em torno de
2.000 pessoas para que elas passem a ser consideradas como tais.
O tamanho de algumas megaigrejas pode ser enganoso. Uma
contagem de milhares de frequentadores raramente é exata. Estimar a
participação com base no número de pessoas pela quantidade de assentos
disponíveis é algo que carece de precisão. Muitos denunciam um atendimento inflacionado,
sob a alegação de que ninguém frequenta mais de uma vez por semana a igreja.
Assim, na maioria dos casos, o que se tem são estimativas, mesmo porque, uma
das características destas igrejas é não ter um rol de membros.
O grande número de frequentadores cria várias dinâmicas. Se
se atinge a massa crítica de 2000, a força numérica se torna em poderoso fator
de atração. Um líder destas igrejas disse que “quando se atinge certo tamanho, a
igreja se torna autogeradora: atrai as pessoas por seu tamanho. As pessoas
sabem que vão estar na TV e que o lugar é grande. Há uma sensação de que alguma
coisa está acontecendo e tamanho gera mais crescimento”.
A grande igreja cria um movimento de atração de outros. Um
fluxo de carros de domingo em uma rua tranquila desperta o interesse. Grandes
edifícios e amplos estacionamentos marcam presença no entorno.
Muitas vezes não é apenas o tamanho que caracteriza a
megaigreja. A maioria experimenta crescimento rápido ao longo de um período de
tempo muito curto. É "sucesso instantâneo" que muitas vezes define uma
megaigreja na ecologia religiosa. Este aumento explosivo define esta
congregação para além de outras opções espirituais da comunidade. Elas são
igrejas dependentes da figura de um líder, muitas vezes autocrático. Ele é a cara
visível da igreja e é conhecida como a “igreja do fulano”.
Considerados estes fatores, algumas perguntas se impõem: são
as megaigrejas verdadeiras igrejas? Se a essência da igreja cristã é a
comunhão, que comunhão há entre duas, três, quatro mil pessoas? Elas são
congregações ou auditórios? O que prevalece é o estilo de vida simples ou o
espalhafato tecnológico? A adoração genuína ou o show dos “modernos levitas?”
Marcos Inhauser