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quarta-feira, 3 de junho de 2020

O DERRETIMENTO DAS AUTORIDADES


Não é de hoje que o mundo ressente a falta de grandes líderes. Há quem cite Churchill, Eisenhower, Mandela e Margareth Tatcher como os últimos que a humanidade produziu. Há quem se aventure a citar Barack Obama e Angela Merkel.

Se se faz um reconto nas lideranças políticas das últimas três décadas, vamos perceber que muitos dos que se destacaram, tiveram suas autoridades questionadas, deterioradas, derretidas e acabaram condenados pela opinião pública. Daria para citar muitos exemplos. Faço uma lista dos que agora me lembro. Perón na Argentina que, ao regressar do exílio, não teve o lustre que o havia caracterizado. Deixou a Evita no seu lugar, que acabou em desgraça. A Cristina Kirchner e o Mauricio Macri deixaram péssimas heranças. A Michele Bachelet, do Chile, saiu questionada por conta de empréstimos concedidos a seu filho. O sucessor, Sebastián Piñera, enfrentou a convulsão social e teve que ceder para sobreviver na presidência.

Os Bush, tanto o pai como o filho, foram questionados pelo envolvimento nas guerras do Iraque e Afeganistão. O Nixon teve que renunciar por causa do Watergate. O Clinton enfrentou um processo de impeachment pelo seu envolvimento com a estagiária, Monica Lewinsky.

O atual, Trump, mais dá tiro no pé que governa. Não tem propostas objetivas para os problemas que enfrenta. O seu remédio, a hidroxicloroquina, não ajuda na pandemia, não soluciona a economia e não apazigua os ânimos exaltados da população negra.

O Macron, na França, anda se equilibrando, assim como seu par, o Boris Johnson na Inglaterra. Depois que o Corona o pegou, teve que mudar de rumo e não recuperou o seu prestígio. A sua antecessora, a Theresa May, fez o que pôde e não conseguiu se manter no cargo.

Olhe-se para a Itália, onde há uma dificuldade enorme para se montar um gabinete, coisa que também acontece com o Netanyahu em Israel, que compôs com a oposição para ter sobrevida. O Peru, com o ex-presidente que se suicidou por causa de corrupção, mais os dois presidentes que também derreteram pela mesma acusação.

A Nicarágua teve um líder, Daniel Ortega que, ao regressar ao poder, se transformou em déspota. O mesmo ocorre com o Putin, na Rússia. A liderança do Xi Jinping é mantida por um partido monolítico e altamente obediente.

No Brasil dos anos recentes Sarney saiu queimado da presidência, seguido pelo carbonizado Collor. O Lula acabou preso, a Dilma é alvo de chacotas pelas suas declarações sem pé nem cabeça. O Temer saiu do poder, mas não sai do noticiário policial.

O Brasil de hoje vive dias de angústia, tanto para os que estão no poder, como para os que fazem oposição. A autoridade presidencial vem derretendo sob o sol escaldante das milhares de morte e contaminados, de um vídeo de uma reunião abjeta onde mais se falou palavrões do que se decidiu algo, das investigações que se aproximam do Planalto, de filhos que mais tumultuam que ajudam.

Assim como o gelo e a neve, as autoridades estão derretendo. Os exemplos estão aí, seja por envolvimento com a corrupção, por inépcia, incúria ou incontinência verbal e comportamental.

Marcos Inhauser