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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

DÁ PARA CANTAR E SONHAR?

Há um Salmo (137) que conta a luta do salmista em cantar a pedido do ditador que os levou cativos à Babilônia. Eu o coloco aqui com uma atualização ao nosso contexto: “Junto aos hospitais e cemitérios, nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando os queridos. Nas árvores que há à frente, penduramos os nossos violões e teclados, pois os que desdenharam da pandemia nos pediam canções e orações clamando a benção para os dirigentes nacionais; e os que nos atormentavam, pediam que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de louvor. Mas como entoaremos um cântico ao Senhor em terra devastada pela pandemia? Se eu me esquecer da situação que vivemos, que se apegue a língua ao céu da boca. Se não me lembrar dos que já morreram e dos internados e intubados, para que mais devo viver? Lembra-te, Senhor, dos negacionistas no dia de Brasília, porque dizem: Arrasai, arrasai os fracos e maricas que devem morrer. Ah! filha da Babilônia devastadora: feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós.

Há como celebrar Natal e Ano Novo nesta terra deixada à sorte por incúria e imperícia dos babilônicos governantes? Há como ter esperança, quando a única esperança que é a vacina nos é negada e a cada nova manifestação é dada uma nova data para início da vacinação? Há como ter esperança quando o babilônico mór diz que não “não dá bola” para a demora no início da vacinação?

O Salmo citado termina de uma forma arrepiante e trágica: “Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós; feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedras.” Poderíamos atualizar o texto e dizer: “quando um dos seus filhos morrer pela Covid haverá esperança e felicidade para o povo?”

Celebrar um novo ano? Só se fizermos o que Abraão fez: “esperou contra toda esperança”. Em outras palavras, esperar contra a esperança. Se atentarmos para os fatos e decisões babilônicas, morreremos de depressão e tristeza. Os fatos nos levam a sentar e esperar a chegada da infecção.

A autoridade dos babilônicos federais, estaduais e municipais anda tão baixa quanto a sola do sapato: decretam lockdown nas praias e comércios, mas eles se fazem de surdos e atuam como querem. Os jovens se reúnem em baladas e festas nem tão clandestinas. O babilônico mor incentiva, pelo exemplo, a não usar máscara e a não se vacinar, quando e se esta chegar às terras tupiniquins.
Há que ressaltar-se que a Babilônia vem da Babel, a torre construída para ser o referencial de um povo empreendedor e que acabou sendo símbolo da confusão de línguas e comunicacional. Ninguém se entendia no reino de babel. Seria isto o paradigma da babilônia moderna, onde as mensagens são modificadas cada vez que os babilônicos falam, as datas são imprecisas ou revistas a cada nova alocução, o exercício de falar A e depois dizer B é a constante nesta Babel?

Nabucodonozor foi castigado e literalmente pastou, por causa da sua soberba e vaidade. Necropolítico, não se intimidava com as mortes que produzia, mas media seu poderio pela quantidade de armas que havia no reino. Reinou por 43 anos. Quanto tempo reinará o Nabolsodonozor?

Marcos Inhauser