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domingo, 26 de março de 2023

ESTUDOS SOBRE CULTO E LITURGIA VI

 LITURGIA COMO CONJUNTO DOS RITUAIS

Somos seres ritualísticos. Cada um de nós tem alguns rituais diários, alguns até inconscientes. Há quem sempre se sente no mesmo lugar à mesa, para refeições; quem sempre tome café na mesma xícara; quem sempre tenha alguns rituais para tomar banho; etc.

Há quem, ao entrar no templo, se curve; os que sempre levantam as mãos para orar ou cantar, os que se levantam quando a Palavra é lida; etc.

Este conjunto de “rituais” são práticas diárias que moldam o nosso jeito de ser e cultuar.

Há práticas cultuais que são rituais: sempre pedir à congregação para ler a Palavra; ficar em pé para cantar; falar “amém” durante os cânticos ou pregação; etc.

O conjunto destes rituais e o ordenamento deles, vamos chamar de liturgia. Esta palavra vem do grego e significa “o serviço do povo”, isto porque o culto é um “serviço que o povo congregado presta”

Estes “ritos”, sejam eles ligados ou não ao culto, nós os aprendemos pelo exemplo de outras pessoas, ou por coisas que amamos e a elas devotamos um afeto diferente. Imagine que tenho uma caneca que ganhei de alguém muito especial. Ao só usar esta caneca, eu o faço por amor à pessoa que a deu para mim. É uma forma ritualística de dizer “te amo” a quem a presenteou.

Há ritos que construímos por amor a algo que gostamos de fazer. Imagine a pessoa que adora tomar banho e que cria um ritual que a ajuda aumentar o prazer de banhar-se.

Há rituais que os construímos e praticamos para reverenciar uma pessoa amada. É o caso dos filhos e filhas que tomam as mãos dos pais e as beijam e pedem a benção. É o caso de alguém que respeita tanto uma pessoa, que, ao encontrá-la se curva em sinal de respeito.

Todo ritual é uma manifestação afetiva, uma demonstração de amor, por algo ou alguém. Como seres humanos somos pessoas que amam, que têm afetos por outras pessoas e por coisas. Os rituais são práticas que demonstram este amor e esta reverência. Em parte, somos os rituais que praticamos.

Em relação ao culto também temos “nossos rituais”: eles são a forma de mostrar amor a Deus, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo e também ao próximo. Levantar as mãos ao orar ou cantar, ficar em pé em determinados momentos do culto, abraçar quem está ao lado ou ao final do culto, lavar os pés de alguém na cerimônia a isto dedicada, servir o pão e o vinho, ungir com óleo, participar da mesa ao final, são rituais de amor a Deus e ao próximo.

O conjunto destas práticas rituais são gestos e declarações de amor. Por trás destes ritos há história, exemplos, imaginação, reflexão, atuação inconsciente. O culto da igreja reunida, para ser entendido e conhecido, mais que conhecer as doutrinas da denominação, deve ser entendido a partir das práticas rituais do povo reunido. Os rituais cúlticos não são teológicos: são vivenciais.

A reunião do povo em nome de Jesus (condição para ser igreja reunida) já é uma declaração de amor a Jesus. Mas ao se encontrar com outros, é uma declaração de amor ao próximo. Ao desejar a comunhão (objetivo do culto, porque culto que não celebra e promove a comunhão pode ser qualquer coisa, mas nunca será um culto cristocêntrico), a manifestação dos laços afetivos que ajuntam e mantém juntos os irmãos e irmãs.

O culto e a liturgia que o ordena, são formas de declarar o amor, fomentar laços afetivos, criar vínculos relacionais.

PREGUNTAS PARA REFLEXÃO

Você tem algum “ritual” na sua vida?

Há alguém na sua família que tenha um “ritual”?

Qual o seu “ritual” quando está chega ao templo ou local de reunião?

Quais os “rituais” que você pode citar de outras pessoas que vão ao culto que você está?

Eles são observados antes de iniciar o culto ou durante a realização do culto?

Você entende que estes “rituais” ajudam você a cultuar?

Os ritos que você identifica em você foram ensinados, exigidos pelos pais, ou você os construiu?

Qual o seu ritual particular que você crê ser o mais importante para a sua vida?

Você concorda com a afirmação de que todo “ritual” é uma declaração de amor?

Qual “ritual” praticado pela igreja com a qual você se reúne que expressa amor a Deus, a Jesus e ao Espírito Santo?

Se o culto é um ordenamento de rituais, e os rituais não têm teologia? Como explicar isto?

Você concorda com esta afirmação?

Você tem consciência de que, ao ir ao culto, está fazendo uma declaração de amor à Trindade e ao próximo?

Cultuar é amar? Você concorda com isto?

Marcos Inhauser

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