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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

OS SAGRADOS TRABALHO E DESCANSO

Se o trabalho é um direito, o descanso também o é. Vivemos tempos em que o trabalho tem sido escasso em muitas partes, onde taxas de desemprego são altas, como ocorre na Europa, especialmente na Grécia, Espanha e Portugal. O desemprego dos jovens é ainda mais alto, o que impede a realização pessoal, mata os sonhos e cria frustrações.
O Estado reconhece o trabalho como fonte de riqueza, como direito e dever social. Ele deve promover as condições que eliminem a pobreza e assegurem por igual aos habitantes a oportunidade de uma ocupação.
Na relação de trabalho fica proibida qualquer condição que impeça o exercício dos direitos trabalhadores, que desconheça ou rebaixe sua dignidade. O trabalho obrigatório (sem o consentimento do trabalhador) caracteriza-se como trabalho escravo e deve ser condenado.
Depois que inventaram o notebook e o celular, o trabalhado passou a ser de tempo integral. Não são poucos os que vivem conectados, fazendo extensas jornadas, algumas delas feitas sem o consentimento do trabalhador. Há muitos que, trabalhando como escravos, o fazem pensando na promoção que poderá vir caso se mostrem comprometidos.
Aliado a isto está a globalização que permite e requer contatos com todas as partes do mundo. Quem tem que se contatar com a China ou Coréia, não poucas vezes, tem que fazê-lo de madrugada.
Se trabalhar é necessário, o repouso também o é. A instituição de um descanso depois de seis dias de trabalho é algo milenar. Esse descanso é algo tão divino e necessário, que a Bíblia afirma que o próprio Deus descansou. Ele, na Bíblia, estava determinado não só para os seres humanos, mas também para toda a criação (os animais e os campos). O dia de descanso, mais que uma questão religiosa e cúltica, é uma questão de justiça social e de valorização da vida e do trabalho.
Levíticos determina que durante seis anos semear-se-ia a terra e se recolheria seu fruto. Mas durante o sétimo ano, se deixaria descansar, sem cultivar, para que comessem os pobres, as viúvas e os órfãos. Idêntico procedimento teria com o vinhedo e as oliveiras. Aqui se trabalha o conceito do descanso para a terra e para o ser humano. Entendo que no sistema capitalista, se aperfeiçoou a exploração de tal maneira que temos, em alguns setores, o descanso que é aproveitado para outra atividade como forma de se aumentar a renda.
O descanso vem como tempo de contemplação da obra realizada. Trabalhar, produzir, sem poder olhar e gozar do que se produziu, é escravidão. Trabalhar sem ter sábado é morrer. Trabalhar sem descansar é morte. O trabalho tem limites. O gozar a vida é parte do próprio viver."
Quem paralisa o trabalho e descansa, participa do ser e do atuar de Deus. Negar-se ao trabalho, ao menos em um dia, é corresponder ao criador. E "se Deus é por nós, quem será contra nós" (Rm 8.31). Quem, pois, obedece aos babilônicos, quem ceda às pressões e trabalha o sábado, abandona a Javeh. Assume a idolatria. Aqui, trabalho nos dias sábados e idolatria são sinônimos, como o veremos mais adiante com uma precisão maior.

É o descanso para as mãos, para o corpo. É espaço no qual caem as cadeias. 
Marcos Inhauser