Preocupante!
O ex-presidente do STF e homem de
reconhecida e ilibada conduta, que até segunda comandou o Conselho de Ética
Pública, não mais pertence ao Conselho, por se sentir desconfortável com a não
renovação da nomeação de dois dos conselheiros por ele indicados: Fábio Coutinho e Marília Muricy.
Sintomaticamente,
os dois tem nos seus currículos a indicação de que o ex-ministro do Trabalho, Carlos
Lupi, estava enrolado com a questão das ONGs e que pedia a sua
exoneração (Marília Muricy) e Fábio Coutinho foi relator do procedimento
de investigação contra o ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e
vinha trabalhando na relatoria do caso de supostas consultorias prestadas pelo
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando
Pimentel.
A
presidente Dilma “Duchefe” não gostou das conclusões e não renovou os mandatos,
evidenciando assim um lado preocupante do seu estilo. Alegando que foi
surpreendida pela decisão do Conselho, que não a avisou da conclusão, passa
agora à retaliação. No entanto, perguntas surgem: para que serve a o serviço de
inteligência do governo? Não sabia e não avisou que o ministro estava envolvido
em falcatruas? Que o Pimentel andou prestando consultorias suspeitas? Que o
andar da carruagem no Conselho de Ética Pública estava para condenar? Ou a não
renovação dos mandatos foi para evitar um novo golpe na ética do PT?
Estes
fatos, aliado a outro bastante suspeito que ocorre nestes dias, preocupa ainda
mais. Todos sabemos da leniência do governo em indicar nomes para compor o STF.
Ocorre que, com a aposentadoria do Peluso, a toque de caixa, foi indicado um
novo para substitui-lo. Trata-se de Tori Zavascki, de quem não se pode
acusar de ser colega do PToffoli, pois Tori, sim, tem requisitos acadêmicos e
experiência como juiz. O problema é que, quando se sabatinou o PToffoli, ele se
comprometeu a não participar do julgamento do mensalão, visto ter impedimento
ético por ter sido advogado do PT e assessor de um dos réus. Prometeu e não
cumpriu e acabou se transformando no inocentador geral.
Com a indicação de Tori Zavascki o que
se teme é que venha a pedir vistas ao processo do mensalão, retardando para só
Deus sabe quando o julgamento final dos réus. Mudaria assim seu nome para
PTori.
Nunca na história deste país o STF teve tantos
ministros indicados por um único partido. Dos 11 juízes da
composição atual do STF, seis foram indicados por Lula (Eros Grau, Carlos
Alberto Menezes Direito, Ayres Britto, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Cezar
Peluso, Joaquim Barbosa e Dias Toffoli - Os dois primeiros já não atuam mais
como magistrados do STF) e agora a Dilma indica um. No que pese isto, também “nunca
na história deste país” se teve um julgamento no STF que despertasse tanto
interesse da opinião pública e fosse tão transparente quanto este do Mensalão e
Valerioduto.
Para espanto dos petistas, mesmo os indicados
pelo partido estão explicitando as falcatruas partidárias de quem galgou ao
poder e não quer mais descer de lá, jogando os companheiros no fogo da
condenação. Para nossa alegria, vai dar cadeia para estes larápios travestidos
de políticos, banqueiros e marqueteiros! Um Delúbio de condenações!
Marcos Inhauser