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quarta-feira, 7 de abril de 2021

QUASE 70% NOS SEUS 70

Eu a vi pela primeira vez quando ela foi à frente em um culto para participar de um trio feminino. Perguntei à minha mãe quem era a moça do meio: “uma moça que quero que você a conheça”. Naquela hora, abaixei a cabeça e agradeci a Deus a esposa que Ele estava me dando. Foi em dezembro de 1972. Esta convicção nunca mais saiu de mim.

No Natal de 1973, nós nos casamos. Lá se vão mais de 47 anos. Quase 70% da nossa vida vivemos juntos. Muitas coisas em comum nos fazem grudar um no outro, ao ponto de um dia uma pessoa dizer que somos como cangurus: sempre um levando o outro na bolsa. Não há uma música que eu ou ela goste e que o outro também não. Na comida, temos gostos comuns, ainda que eu coma algumas coisas que ela detesta (camarão, bacalhau, ceviche) e outras que ela come e eu não (abobrinha, chuchu, rabada, canja).

Nunca ela usou uma roupa que eu tivesse que fazer algum reparo, ainda que, muitas vezes, tive que trocar a minha porque ela disse que não combinava. Nunca a vi sem estar acima da média em termos de roupa, cabelo e elegância. Ela é uma referência no vestir-se, arrumar-se e tem sua identidade até no perfume que usa.

Companheira de ministério, é mais pastora que eu. Ela tem carisma e energia, sabe ser agregadora, sabe aconselhar, tanto que há mais de 30 anos trabalha com terapia familiar e o faz brilhantemente. Sou meio tímido, ela é extrovertida. Onde chega sabem que ela chegou e já vai fazendo amizades. Tem um dom sobrenatural de “arrancar” coisas das pessoas e, em poucos minutos, já sabe da vida e dos problemas delas. Quando damos palestras ou cursos, é “alugada” por gente que quer conversar com ela.

Nossa vida foi marcada por algumas coisas. Viajamos muito. Chegamos a viajar 24 horas seguidas. Passamos inúmeras noites em viagem (prefiro viajar a noite por uma série de razões). Escutamos horas a fio, nas viagens, músicas que gostamos. No tempo das fitas K7 tínhamos uma caixa com umas 40. No tempo dos CDs era uma pasta com uns 150. Com o advento do Ipod e dos Pendrives, temos mais de 18.000 músicas que escutamos com prazer único. Somos movidos à música.

Boa parte da vida passamos dando risada, ora porque soubemos ver graça em eventos cotidianos, ora porque cutucávamos um ao outro. Ela tem riso mais fácil que eu, mas juntos já choramos de tanto rir.

Ambos temos um lema: ser instrumento de paz e benção para o outro e para os outros. Nossa casa sempre foi aberta e hospitaleira (ela herdou isto da mãe dela). Na minha família não havia festa de aniversário. Não me lembro de nenhuma na minha infância. Quem trouxe isto foi ela. E era festa de Natal, de Páscoa, de Ano Novo. Ela arregimentava a família e nos reuníamos.

Ela me perdoou muito mais vezes que as que eu pedi perdão (segundo ela foram poucas as vezes que eu fiz isto – ela tem memória fraca...kkk). Errei com ela muito mais vezes que ela errou comigo. Nem por isto estamos sem fazer a conciliação de créditos e débitos, porque a generosidade dela sempre foi abundante.

Nos seus 70 anos, completado hoje, ela tem uma multidão de gente que aprendeu algo com ela, que foi ajudado, que foi aconselhado, casamentos salvos ou refeitos. Ela foi e é uma benção. Muita mais na minha vida.

Obrigado Deus por ter-me dado esta graça concreta para viver comigo nestes anos todos!