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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

NÃO VI......

Já tinha me acontecido outras vezes. E mais uma agora. A primeira foi na final da Copa do Mundo em 2002. Estava em Lousiville em uma reunião de umas seis mil pessoas e no dia anterior eu disse que quem quisesse assistir ao Brasil ser campeão (como de fato foi) que fosse ao meu quarto do hotel que ali veria o jogo. Havia uma TV a cabo com mais de 150 canais, sendo uns 20 só para esporte. Na hora agá, rodo da esquerda para a direita, para cima e para baixo e não havia um só canal transmitindo a final da Copa do Mundo. Nos canais de esporte tinha até reprise de beisebol e nada de futebol. Subi nas tamancas e fui falar com a gerência e nada.
Em 2009 foi a vez de uma final do Campeonato Brasileiro. Estava na República Dominicana. Neste tempo já havia internet e achei que veria na televisão (transmitem até jogo de segunda divisão do futebol mexicano!) ou na internet. Fiquei a ver navios.
Agora outra vez. Estava na China, tinha três assinaturas de TV a cabo a meu dispor, mais internet. Esta começou a apresentar problemas já que cheguei, porque o governo chinês “monitora” (censura) o acesso a sites fora do país. Tinha acesso a um VPN e achei que o problema estava resolvido. Que nada!
Nos canais de esporte tinha de tudo, menos o jogo do Mundial de Clubes. Quando o Corinthians jogou contra o Al Ahly só consegui ouvir uma rádio pela internet e mesmo assim, a cada pouco cortava a ligação e eu ficava a imaginar o que estaria acontecendo.
Para a final, nada de novo. Sem transmissão, sem acesso à net. Tentei alguns sites e recebia a mensagem de que as imagens não podiam ser vistas fora do Brasil.
Sai de Beijing duas horas antes de começar a final e cheguei a Nova York umas 10 horas depois de terminado. Foi buscar acesso à internet e o único que consegui ler foi que o Curinga tinha vencido por um a zero. Nada mais! Não deu para saber quem marcou, como marcou, etc. Na segunda vez que consegui alguma coisa, li que o Cassio tinha sido eleito o melhor jogador do torneio. Imaginei que o Corinthians tinha passado sufoco para que o goleiro fosse o herói do jogo.
Na viagem de volta, o avião só tinha corintiano e uma são-paulina. Todos a rigor, com camisetas, bonés, faixas, etc. Era mano prá todo lado. Quando vi aquela gente toda, imaginei que o voo seria uma zona. Que nada. Silêncio.
Ao tocar o solo em Cumbica, houve uma explosão e o hino corintiano foi cantado com emoção. Para contrariar a fama de que corintiano é malandro, pela primeira vez em minha vida (e olha que já viajei um bocado), ouvi anunciar que um óculos de sol (de marca) havia sido encontrado no banheiro do avião e que o dono o procurasse junto aos comissários de voo.
Até uma camisa com o problemático logo verde da Fifa e autografada por todos os jogadores eu vi. Sinal dos tempos?
Marcos Inhauser