Não acredito que eu seja o único que anda
irritado com a deterioração da zona azul na cidade de Campinas. Implantado em
1995, tinha o objetivo declarado de “democratizar a utilização do solo público
e facilitar a acessibilidade da população à região central do município”.
A Emdec diz que há 1950 na região central
e Guanabara, ao preço de R$
2,70 pelo cartão
da Zona Azul, o que é uma ficção. Quem quiser usar a Zona Azul terá enormes
dificuldades para encontrar um posto credenciado que venda o cartão de
estacionamento. Quando você acha um que deveria vender porque consta como credenciado,
dizem que “não vendem mais porque não compensa”. Foi o que me informou a
proprietária de um estabelecimento na Costa Aguiar e que se quisesse comprar
teria que fazê-lo com o flanelinha que estava na rua. Perguntei se havia algum
outro local credenciado e ela me informou ‘que ninguém mais quer vender porque
a Emdec exige que eles comprem uma grande quantidade de cartões, que o
investimento é alto e que o lucro é mínimo”. Disse ainda que correm o risco de
serem ameaçados por alguns flanelinhas que não querem perder o lucro que tem
vendendo a R$ 4,00 e até R$ 5,00 cada cartão. O mesmo aconteceu esta semana na
Rua Lusitana e na semana passada na Regente Feijó.
Certa feita, ao estacionar na Avenida
Aquidabã, quase cruzamento com a Francisco Glicério, o flanelinha veio me
oferecer o cartão, perguntei o preço e, por ser bem mais caro, disse que iria
comprar em um posto credenciado (naquele tempo ainda se achavam alguns). Ele
ficou bravo e disse que não se responsabilizaria se algo acontecesse ao carro.
Eu disse que tinha memória fotográfica e que iria denunciá-lo se algo
ocorresse.
Outra feita, fui ao centro, achei uma
vaga (raridade!), estacionei e sai em busca de um ponto credenciado e voltei
uns 10 minutos depois com o cartão. Perdi tempo e dinheiro: paguei o cartão e
ainda levei uma multa.
Outra feita, em frente à Casa de Saúde,
estacionei, a mulher queria me vender um cartão pelo dobro do preço. Disse que
não e fui a uma papelaria pegar um bloco de sulfite. Quando voltei tinha sido
multado e, ao sair, uma pessoa me disse que a própria mulher chamou o
amarelinho para me multar.
Quando achava postos credenciados, muitas
vezes comprei o talão inteiro para que não mais me acontecesse o que havia
ocorrido. No entanto, uma visita de outra cidade, vai ter que ir a um
estacionamento e gemer com R$ 6,00 na primeira hora e mais acréscimos por hora
adicional. Ainda é mais barato que a multa de R$ 53,20.
Acabo de chegar de Jales. Lá também tem
Zona Azul. Só que há funcionários do próprio sistema que vendem os cartões e o
preço é de R$ 1,00! Se em uma cidade menor conseguem ao preço de R$ 1,00 manter
um funcionário em cada quadra, por que na cidade de Campinas a Zona Azul é esta
“zona”?
Marcos Inhauser