Não é de hoje que me pergunto
sobre o serviço de inteligência do governo brasileiro. Desde os tempos do
mensalão eu me perguntava, diante das sucessivas e repetidas afirmativas do
Lula dizendo que nunca soube nada e que não sabia de nada, para que serve um
serviço de inteligência e, existindo um (regiamente pago), o que anda fazendo o
pessoal dele encarregado.
A pergunta mais uma vez me veio à
mente diante dos episódios de espionagem cibernética e telefônica desenvolvido
pelos Estados Unidos (e não acredito que sejam os únicos a se dedicar a tais
práticas). A cara de surpresa e o discurso do “nem desconfiávamos” que os
ministros vêm apresentando, me fazem pensar que o serviço de inteligência só
tem inteligência no nome. Será que não passou pela cabeça dos oficiais da
inteligência que o grampo poderia atingir autoridades, mesmo com o aviso que o
jornalista que tem os documentos fez meses atrás?
Veja também o episódio do senador
boliviano que foi trazido ao Brasil por um funcionário de segundo escalão. Será
que este funcionário nunca comunicou, falou com alguém, planejou o que faria?
Se ele conseguiu mobilizar um senador brasileiro, uma empresa de jatos
executivos que lhe “emprestou” um jatinho, se conseguiu ter dois guardas
escoltando, se usou carro oficial, como não sabiam?
Quando um ministro é pego com a
mão na botija, ou alguém é indicado para um cargo e vem a imprensa mostrar os
descalabros já cometidos, será que a inteligência não vasculha a vida pregressa
das pessoas a serem nomeadas e avisa o primeiro escalão que vão entrar em fria?
Nos casos Renan, Padilha, o Romero Jucá, o Edison Lobão e tantos outros.
Por outro lado, parece que a
diplomacia brasileira usa o mesmo serviço de inteligência. O imbróglio em que o
lulo-petismo se envolveu no caso do Zelaya, em Honduras, no apoio ao Mahmoud
Ahmadinejad (o analfabeto histórico que negava a existência do holocausto), o
apoio incondicional ao Hugo Bolivariano Chaves, a interferência no processo
político dando apoio à eleição do filhote do Chavez, o Maduro (só no nome), as
relações obscuras com a ditadura da ilha, a contratação de médicos cubanos e a
criação ex-tempore do Mais Médicos
para justificar este acordo com a ditadura da ilha, são alguns poucos exemplos
do muito que se poderia citar e da infinidade que deve haver por baixo dos
panos. Como pode ter uma complacência bovina com o Evo e a Cristina, e entrar no
radicalismo de uma sanção ao Paraguai no Mercosul? Se o Paraguai não podia por
questões políticas, por que a Venezuela podia?
Passo qui meu atestado de abestalhamento diante de tanta
inteligência.
Marcos Inhauser