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quarta-feira, 21 de agosto de 2019

CLAREZA É FUNDAMENTAL

Estava em uma cidade de porte médio que ainda não a conhecia. Com algum tempo para comer algo, busquei na internet um shopping para ter onde comer e passar duas horas de folga. Vi a propaganda de uns três ou quatro deles e fui ler os comentários que frequentadores postaram. Fiquei estarrecido. Eu queria informação clara e objetiva e o que li foi um amontoado de coisas desconexas, coleção de coisas sabidas e que se aplicam a todos os shoppings, de gente que fugiu da escola e não aprendeu usar vírgula nem ponto final.
Tenho constatado a dificuldade de muitos em serem concisos, enxutos, diretos e claros no que querem dizer. A palavra “arenga” é a que mais me vem à cabeça nestas horas. Discursos cansativos, fastidiosos, lenga-lenga, onde um “causo puxa outro” e nunca se chega à conclusão.
No mundo em que vivemos, onde a informação jorra aos borbotões, a clareza e objetividade devem ser qualidades de quem se coloca a falar em público ou em uma conversa. O moderno dilema não é a falta de informação, mas a seleção, dentre as muitas que há, das que são relevantes. Esta garimpagem do essencial e valoroso em meio ao lixo informacional é tarefa que as pessoas que queiram ser relevantes hoje e amanhã devem se especializar.
Uma especialista em seleção de candidatos às vagas na corporação em que trabalha me disse que tem feito o seguinte desafio aos entrevistados: em 30 segundos, me diga que você é o que gosta de fazer. Reprovação avassaladora. Tenho feito algo semelhante: “com uma só palavra defina o que você quer ser na vida” ou “com uma só palavra defina seu pai ou sua mãe”. Vira-e-mexe fico no vácuo ou começo a escutar uma novela.
Sabe-se que os e-mails que a pessoa precisa rolar para terminar de ler não são lidos na íntegra, que os vídeos com mais de 5 minutos também são descartados pelo espectador, que os livros de muitas páginas têm dificuldades em serem vendidos. Não é para menos que as palestras do TED fazem tanto sucesso: o essencial, com clareza, objetividade em 15 minutos.
Uma das habilidades que a nova geração deve desenvolver é a capacidade de garimpar joias na avalanche de informação. O garimpo deve ser acompanhado da capacidade/habilidade em passar adiante o que se coletou, mas fazendo-o de maneira clara e objetiva. Quem não se dedicar a esta tarefa vai comer pratos temperados por gente que se especializou, que assume a liderança situacional, que está à frente dos demais que se especializaram em comer fastfood cognitivo. Os preguiçosos sempre estarão a reboque, qual produto que sai do escapamento: já esteve no veículo, mas ficou para trás e virou fumaça!
Outro mal destes preguiçosos é que são penas ao vento: qualquer que venha com algo mais dourado, mais fantasioso, mais charmoso ou vistoso, será louvado e incensado pelos preguiçosos informacionais. Andam ao sabor do vento das novidades e das explicações fantasiosas. Preferem os lambaris pescados na boca do esgoto ao peixe por ele pescado em locais saudáveis.
Se você deixar de se dedicar à garimpagem do conhecimento essência, não reclame, dos frutos colhidos: marginalização profissional e social, além de ficar à margem da história e do trabalho. Dedique-se à objetividade e concisão e as chances na vida florescerão! Se insistir na prolixidade vai virar piada e chacota dos amigos e conhecidos.
Marcos Inhauser