Celebra-se hoje o Dia das Crianças, invenção mais ou menos
recente. No Brasil foi "inventado" por um político, o deputado
federal Galdino do Valle Filho, quem teve a idéia de criar um dia em homenagem às crianças, isto na década de 1920, o
que foi oficializado por Arthur Bernardes no dia 5 de novembro de 1924. No
entanto, foi somente em 1960, quando a fábrica de Brinquedos Estrela fez uma
promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do
Bebê Robusto" e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo e
se perpetuou e o comércio agradece.
Alguns países também comemoram o Dia das Crianças em datas diferentes. Na Índia, a data é 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, ela acontece no dia 1º de junho. No dia 5 de maio é a vez das crianças da China e do Japão. Muitos países comemoram o Dia das Crianças em 20 de novembro, já que a ONU reconhece esse como o Dia Universal das Crianças, data em que também é comemorada a aprovação da Declaração dos Direitos das Crianças.
Alguns países também comemoram o Dia das Crianças em datas diferentes. Na Índia, a data é 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, ela acontece no dia 1º de junho. No dia 5 de maio é a vez das crianças da China e do Japão. Muitos países comemoram o Dia das Crianças em 20 de novembro, já que a ONU reconhece esse como o Dia Universal das Crianças, data em que também é comemorada a aprovação da Declaração dos Direitos das Crianças.
Philippe Ariès, em seu livro “História da Criança e do
Adolescente”, revela que na Antiguidade a criança não era tomada em conta
socialmente. Tal se dava porque as famílias costumavam ter muitos filhos e não
havia porque comemorar algo tão comum. Com a diminuição da taxa de natalidade,
famílias passaram a ter um ou dois filhos e perceberam a necessidade de
celebrar este evento, fazendo comemorações de aniversário e tirando fotos em
quantidade, na tentativa de “congelar” algo que era raro.
Ele também aponta para o fato de que, na antiguidade não
muito distante, as pessoas tinham em suas casas retratos dos avós ou pais,
porque alguém que chegasse a uma idade avançada era raridade, haja vista o
baixo nível de expectativa de vida.
O que me preocupa nos tempos que vivemos é que, se na
antiguidade a criança não era tomada em conta pela quantidade delas, se depois
se passou a celebrar os aniversários e a arrumar datas festivas para presentear
as crianças, tem-se também um crescente processo de terceirização da formação e
educação dos filhos. Cada vez mais há menos pais e mães dispostos ou com tempo
para criar seus filhos. Cada vez mais há gente sendo contratada para “amar os
filhos no lugar dos pais”, para ensinar valores e colocar disciplina.
O que se pode ter disto é um processo de massificação, onde
a individualidade formada no contato único da relação pai/filho, mãe/filho
passa a ser moldada no padrão comportamental imposto por um
regulamento/metodologia escolar comum a todos os demais que participam do mesmo
grupo.
Marcos Inhauser