O Rev. Kopeska, amigo e irmão por afeição, escreve coisas
que gosto: Aqui vai mais uma (com edições para caber aqui).
Epícuro, filósofo grego, tentou entender Deus a partir do
sofrimento humano: Deus, ou quer impedir
os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.
Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não
quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode,
é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus. Se pode e quer, que é a
única coisa compatível com Deus, donde provém então existência dos males? Por
que razão é que não os impede? A filosofia epicurista ... reflete ... o
egocentrismo infantil e utópico do ser humano em querer passar pela vida sem ...
ônus, perda ou pesar. Algo impossível para ... (humanos). Não somente Epícuro e
os amigos de Jó interpretaram a doença a partir da existência ou justiça de
Deus. Há um livro (“Teorias Sobre as
Doenças”) que traz a pesquisa
feita em 139 culturas, das quais 135 interpretam as enfermidades como castigo
divino. Trata-se da mistificação das doenças, as quais nossos antepassados
a julgavam como fenômeno "sobrenatural", ... além da compreensão do
mundo, superada, depois, pela teoria de que a doença é decorrente das
alterações ambientais ... que o homem vive. ... saúde e doença são estados de
um mesmo processo, ... Uma avó
ligou para a neta. O bisneto atendeu e ela perguntou por que ele estava em casa
e não no colégio. Ele respondeu: "Vó,
estou descansando no Senhor". Ele estava doente, mas por causa da
convicção religiosa, não podia admitir a doença, pois significava pecado na
vida. Enfermidades não são castigos divinos, reflexo da
falta de fé, sinais de pecados ou indicativos de negligência na comunhão com
Deus. São fatos inerentes da nossa humanidade ... Os que confiamos na soberania
de Deus ... cremos que as enfermidades podem ser instrumentos de Deus para a
sedimentação emocional e espiritual. Assim é o carvalho, usado por geólogos e
botânicos como medidor de catástrofes naturais. Quando querem saber o índice de
temporais e tempestades ocorridas numa determinada floresta, eles observam o
carvalho, que é a árvore que mais absorve as consequências de temporais. Quanto
mais tempestades ele enfrenta, mais forte fica. Suas raízes se aprofundam e o
caule se robustece, sendo quase impossível arrancar ou derrubar. Não é
necessário fazer análises para saber. Basta olhar. Para absorver as tempestades,
o carvalho assume aparência disforme, como se tivesse feito muita força, pode
ter aparência triste. A tempestade para o carvalho é desafio e não ameaça.
Assim somos nós. Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e
ficar mais fortes. Com a aparência abatida, mas fortes! Raízes profundas! O
apóstolo Paulo escrevendo aos cristãos, na antessala do martírio em Roma,
anima-os: ... nos gloriemos nas próprias
tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança,
experiência; e a experiência, esperança.
Marcos Inhauser e Marcos Kopeska
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