A análise do histórico de crédito político indicava
que o indivíduo tinha seus problemas e que seria arriscado dar-lhe mais
crédito. Seu capital beirava o zero. Mesmo assim o Congresso Nacional deu-lhe
um cartão de crédito para, no exercício do poder, gerir a nação.
Ressabiados com o histórico de crédito, o que lhe
deram foi um limite baixo, diante do medo de que, empoderado, faria besteiras
no uso da confiança presenteada. No dirigir do treminhão público, com as
carretas do legislativo, executivo e judiciário, ele foi orientado a dirigir
com prudência. No obstáculo da primeira denúncia de má-condução, pisou no
acelerador e enfiou o pé na jaca do crédito político.
Comprou votos e pagou por eles, jogando no cartão
de crédito político a conta, na esperança de que ela seria diluída ou
esquecida. Veio a segunda derrapada e, novamente, fez uso do cartão de crédito
político e achou que a fatura não viria.
Para piorar a gestão/condução do treminhão, colocou
como assessores de rota a dois motoristas trapalhões, que estavam enrolados nos
mapas da investigação. Padilha e Moreira Franco, acharam que entendiam das
coisas e, como haviam enrolado as investigações até agora, se consideravam experts
em dirigir treminhão sem balanceamento na carga e nos pneus. Outros mecânicos e
ajudantes caíram do treminhão no meio do caminho, como foram o Yunes, o Loures,
Jucá, Geddel, Henrique Alves, etc.
Quando a coisa ficou feia, pegou um mecânico de
beira-de-estrada, troglodita, e o colocou na equipe de negociação da fatura. O
Marun. Qual elefante em casa de louças, fez o que sabe fazer: estrago.
Quando o Temer recebeu o aviso de que a fatura do
cartão de crédito seria cobrada pelos caminhoneiros, achou que poderia
desconsiderar a carta de aviso de que seu nome iria para o SCPC público.
Pensou, com a assessoria atrapalhada: tiro de letra!
Ao mesmo tempo, uma outra fatura começava a ser cobrada:
o decreto dos portos. A cobrança bateu na porta da casa da filha e ele, qual
pai indignado, esbravejou, sem ressonância positiva na opinião pública, que já
o tinha como ficha suja no SCPC.
Veio a cobrança dos caminhoneiros. Fatura com juros
típicos dos bancos e cartões de crédito. Ela foi aberta à população via
jornais, telejornais, redes sociais e o que mais poderia dar ressonância.
Cercado de sua equipe trôpega e enlameada em
escândalos, negociou ajoelhado. Cedeu uma e outra vez. Tentou falar grosso e
ninguém acreditou no que disse. Foi “tiro de traque”. Na negociação, quiseram
fazer o povo pagar a conta, para salvar a rainha dos desmandos públicos e
privados: Petrobrás. O lema foi: “Salve-se a empresa mãe das corrupções e
dane-se o povo”. Deu no que deu!
Botaram tropas para desobstruir estradas e
assegurar que caminhões saíssem, mas uma dezena de piqueteiros se mostrou mais
forte que a PRF e as Forças Armadas. Proibiram a saída de caminhões nas barbas
das forças de intervenção.
Isto tudo mostrou à saciedade uma coisa: não temos,
de fato, um presidente da República!
Marcos Inhauser
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