Midas, rei da
Frígia, teve sua realeza herdada do pai, escolhido pelo povo que o via como o
cumprimento de um oráculo. Certa feita, Midas recebeu a visita de alguns
camponeses que levaram a ele um velho, bêbado e perdido, que haviam encontrado
pelos caminhos do reino. Midas o reconheceu: era Sileno, mestre e pai de
criação do deus Baco. Midas cuidou de Sileno e o levou a Baco, deus do vinho,
que concedeu um pedido a Midas. Este, sem refletir muito, pediu o dom de
transformar em ouro tudo o que por ele fosse tocado. Mesmo percebendo a ânsia
gananciosa de Midas, Baco realizou o pedido.
Midas voltou
feliz e surpreso com a capacidade que passou a ter. Transformou em ouro várias
coisas: pedras, folhagens, frutos... Quando em casa, ordenou que lhe servissem
um banquete. Ao tocar o pão, este transformou-se em ouro. Tudo o que tocava
virava ouro. Desesperou-se porque jamais poderia se alimentar, pois tudo virava
ouro.
A expressão
“toque de Midas” se cunhou para designar as pessoas que tem a capacidade de
transformar em riquezas e prosperidade tudo o que tocam.
O Brasil tem uma
rainha que é a AntiMidas. Tudo o que ela toca vira pó. Na década de 90 abriu
uma lojinha de R$ 1,99. Não aguentou o tranco do mundo real e depois de 17
meses, quebou. Mais tarde, ela veio com esta maravilhosa e abrangente
explicação para o seu desastre: “Quando o dólar está 1 por 1 e
passa para 2 ou 3 por 1, ele [o microempresário] quebra. É isso que acontece
com o microempresário, ele fecha. A minha experiência é essa e de muitos
microempresários desse país”. Bom saber, porque o dólar subiu e ela transformou
em pó as economias de muita gente.
Veio a Brasília como expert no
setor energético, uma vez que, sendo do PDT, “ganhou um cargo” do então
governador Colares, que também era do PDT. Nada de importante ela fez. Foi a
Brasília convidada pelo Lula. Assumiu o Ministério das Minas e Energia e fez um
estrago. Na sua gestão não se investiu na geração e nem na transmissão. Mal
tocou o que havia.
Foi para a Casa Civil em meio
ao mensalão, na esperança de que ajudasse a blindar a “cumpanherada” enrolada
até o pescoço. Nada aconteceu e todos foram condenados e presos.
Ganhou a presidência do
Conselho da Petrobrás. Desde que assumiu o mandato, no dia 1 de janeiro de
2011, o valor das ações da Petrobras despenca. A Petrobras deixou a 12ª
posição no ranking das maiores empresas do mundo em valor de mercado, lugar que
ocupava em 2010. No ranking de março deste ano do britânico Financial Times,
a estatal perdeu 108 posições, sendo agora a 120ª maior empresa do mundo.
Ela forçou a
aqueda do preço da energia elétrica. Deu no que deu: aumentos de até 60% para
corrigir o desastre provocado pela intervenção dela.
Obrigou os
bancos a baixarem os juros. Pagamos hoje as maiores taxas de juros do mundo.
Juros bancários de fazer agiota ter inveja.
Pegou a
popularidade inicial e mandou às cinzas: 68% de rejeição. Ganhou um segundo
mandato só Deus sabe como e passados cem dias, o que se tem é uma sucessão de
desastres. Teve que fazer uma renúncia branca e entregar o governo para o
Temer.
O Brasil precisa
de um Midas e não de um buraco negro onde tudo o que cai nele vira nada, uma
AntiMidas!
Marcos Inhauser
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