O deputado federal e pastor evangélico Marco Feliciano fez algumas
declarações durante um culto em Passos – MG, na sexta-feira da Paixão, em
função da pressão que vem sofrendo por ser o presidente da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara: "Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez
na história desse Brasil, um pastor cheio de espírito santo conquistou o espaço
que até ontem era dominado por Satanás".
Há algumas coisas que quero ressaltar na reportagem feita pela
Folha de São Paulo sobre as declarações. Uso o texto escrito por Alexandre
Gonçalves, pastor da Igreja da Irmandade: “Nas entrelinhas da reportagem
surge um detalhe curioso: o jornalista Daniel Carvalho ... escreveu
"espírito santo" com letras minúsculas e "Satanás" em
maiúsculo. Não sei se proposital,
..." ou intenção deliberada ... do jornalista, mas para mim
providencial. ... eis que o pastor se declara um homem "cheio de espírito
santo", e portanto, cheio de "poder", de "verdade", e
... de legitimidade divina para tomar suas decisões. Ele quer nos fazer crer
que há uma "batalha espiritual" no Congresso ... , e ... que ele é a
resposta de Deus para essa batalha (pela primeira vez na história desse
Brasil!). Ele segue a lógica de que é necessária uma força maior, ... divina
... para vencer o mal instalado no mundo.
Nessa dicotomia estabelecida entre o BEM ... e o MAL (Satanás, por meio dos ativistas dos direitos dos homossexuais, encabeçado pelo Dep. Jean Wyllys) não sobram espaços para refletir sobre os absurdos proferidos de todos os lados, sendo um dos mais graves, ... anunciar-se como o "primeiro pastor cheio de espírito santo na história desse Brasil a conquistar o espaço que até ontem era dominado por Satanás". Nessa luta de verdades absolutas só há espaço para o triunfalismo da teologia dos "homens muito usados por Deus".
Talvez o jornalista tenha mesmo razão em escrever "de espírito santo" com letras minúsculas. Feliciano está cheio daquilo que compreende como espírito de santidade, de pureza e superioridade, que dá carta branca a ele para fazer o que desejar, afinal, está sob a legitimidade divina. Saudades dos profetas: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”. (Isaías 64,6).
Talvez o jornalista tenha acertado também em escrever "Satanás" em maiúsculo, por perceber ser ele o único protagonista, de fato, disso tudo.
Nessa dicotomia estabelecida entre o BEM ... e o MAL (Satanás, por meio dos ativistas dos direitos dos homossexuais, encabeçado pelo Dep. Jean Wyllys) não sobram espaços para refletir sobre os absurdos proferidos de todos os lados, sendo um dos mais graves, ... anunciar-se como o "primeiro pastor cheio de espírito santo na história desse Brasil a conquistar o espaço que até ontem era dominado por Satanás". Nessa luta de verdades absolutas só há espaço para o triunfalismo da teologia dos "homens muito usados por Deus".
Talvez o jornalista tenha mesmo razão em escrever "de espírito santo" com letras minúsculas. Feliciano está cheio daquilo que compreende como espírito de santidade, de pureza e superioridade, que dá carta branca a ele para fazer o que desejar, afinal, está sob a legitimidade divina. Saudades dos profetas: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”. (Isaías 64,6).
Talvez o jornalista tenha acertado também em escrever "Satanás" em maiúsculo, por perceber ser ele o único protagonista, de fato, disso tudo.
A petulância está em arvorar-se em “pastor cheio
do Espírito Santo”. É tão petulante como quem afirma ser gênio, sábio ou
iluminado. Nem Jesus fez esta afirmação sobre si. O que ele tem é o espírito do
messianismo: escolhido por Deus para salvar a família brasileira!
Livrai-nos Deus dos falsos Messias!
Marcos Inhauser
Nenhum comentário:
Postar um comentário