Não sei se em algum
outro momento da história humana se teve tantos falastrões em postos-chave da
política. Nos dias que correm, há quase uma dezena deles, enchendo os
noticiários com suas diátribes.
Exemplo maior
deles é o Donald Trump. Quando abre a boca, impropriedades saem com fluência,
veemência e insensatez. Fala o que quer, quando quer, onde quer. Haja vista que
transformou a reunião da ONU em palco de ataques e ameaças. Ele atira
para todos os lados e acaba de comprar briga com os jogadores do futebol
americano e do basquete. Não mediu as palavras e ouviu o que não deveria ter
ouvido, como presidente que é.
Suas ameaças à
Coreia do Norte foram interpretadas pelas autoridades do país (e com razão,
digo eu), como declaração de guerra. Parlapatão, precisa de gente atuando
como bombeiro para apagar os incêndios que provoca. A cada pouco vem a
porta-voz dizer que o que ele disse não é o que disse. Neste mar de
impropriedades diárias, muitos dos seus colaboradores já se foram, porque não
queriam servir de acólitos no show do boquirroto.
Na América do
Sul, como a seguir-lhe os passos, está Nicolas Maduro. Sua retórica bombástica
ataca e acusa os Estados Unidos como a causa de todos os seus erros e
desatinos. Sua fala, segundo ele, inspirada em Hugo Cháves que o visita como
pássaro ou borboleta, além de parecer espada (comprida e chata, bem ao estilo
do seu mentor, Fidel Castro), em nada deve às impropriedades do Trump.
Mais calmo nos
últimos tempos, há o Evo Morales da Bolívia. Andou falando aos quatro cantos,
disse o que quis e, ainda não entendi direito a razão, está em período de
“silêncio obsequioso”.
No cenário
brasileiro há alguns exemplares. Cito o Bolsonaro, tão falastrão quanto os
anteriores, com a agravante de que defende torturador, a ditadura e fez
apologia ao estupro. Um boquirroto que insufla a violência contra marginais e
de sexualidade alternativa.
Outro exemplo é
o Cristiano Zanin, advogado do Lula. Quando comenta o que aconteceu, tenho a
impressão de que ele acredita que sua tergiversação dos fatos criará uma nova
realidade. Ainda que não promova a violência física, tem o condão que tentar
colocar todos contra o sistema judiciário brasileiro, único culpado pelos
crimes atribuídos ao seu cliente.
Não posso deixar
de citar neste rol o Silas Malafaia, histriônico, narcísico e oportunista, fala
o que lhe dá holofotes.
O Gilmar Mendes
é boquirroto-mór. Fala sobre tudo, dá palpite sobre qualquer assunto, desde
cesariana até motor à explosão. Já disse que me parece que ele tem orgasmos
quando ouve sua voz. Seus votos no STF são peças cansativas e de uma lógica
toda peculiar, tanto que, quase sempre, são vencidos pela maioria. Quando tem
um habeas corpus para julgar monocromaticamente, libera o médico Abdelmassih, o
banqueiro Cacciola, os amigos da máfia do transporte do Rio, mas nega quando se
trata de Joesley e Wesley (que, a bem da verdade, devem mesmo continuar
presos). Ele se considera insuspeito para julgar até uma ação em que ele
próprio é réu. É o caso, único na história da humanidade, da imparcialidade
absoluta.
O silêncio deles
seria uma benção divina!
Marcos Inhauser
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